São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EIS A QUESTÃO

Senador sonha com candidatura à Presidência pelo PPS ou PDT, mas vai "pensar mais um pouco"

Cristovam adia decisão de deixar o PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Cristovam Buarque (DF) recuou e adiou sua saída do PT. O desligamento chegou a ser anunciado pela assessoria dele pela manhã, mas o senador acabou postergando a definição sobre o seu futuro político pelo menos até hoje, quando a bancada petista no Senado se reúne.
Oficialmente, o ex-ministro da Educação e ex-governador do Distrito Federal decidiu pensar mais um pouco, em respeito às bases partidárias, que teriam feito um apelo para que ele permanecesse no partido.
Mas Cristovam também está avaliando suas possibilidades eleitorais em 2006. Seu sonho é ser candidato a presidente por PPS ou PDT, mas apenas se conseguir montar uma sólida aliança de esquerda.
O problema é que os dois partidos já têm seus pré-candidatos a presidente -o deputado federal Roberto Freire (PE), presidente nacional do PPS, e o senador Jefferson Peres (PDT-AM).
O petista discursou na tribuna do Senado, como previsto, mas em vez de anunciar sua desfiliação, limitou-se a homenagear o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, morto sábado.
Ele indiretamente mencionou a possibilidade, mirando-se no exemplo de Arraes, "que pertenceu a quatro partidos diferentes, mas sempre defendeu uma única causa, a dos mais pobres".
Após o discurso, Cristovam conversou a portas fechadas com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o presidente do PT no Distrito Federal, Vilmar Lacerda, um dos sacadores de conta do publicitário Marcos Valério de Souza no Banco Rural.
"Estamos tentando convencê-lo a ficar, mesmo com todas as críticas que tem ao governo", disse Lacerda.
Cristovam desgastou-se com o Planalto desde que foi demitido do Ministério da Educação, em 2004. Ele foi comunicado da demissão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por telefone, quando estava em Portugal.
Também podem deixar o PT cerca de dez deputados federais da chamada esquerda petista, mas a decisão ainda deve demorar ao menos um mês para ser sacramentada. (FÁBIO ZANINI)

Texto Anterior: Outro lado: Banqueiro nega contato; fundos refutam pressão
Próximo Texto: Caso Celso Daniel: Família quer nova apuração de assassinato
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.