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EIS A QUESTÃO
Senador sonha com candidatura à Presidência pelo PPS ou PDT, mas vai "pensar mais um pouco"
Cristovam adia decisão de deixar o PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Cristovam Buarque
(DF) recuou e adiou sua saída do
PT. O desligamento chegou a ser
anunciado pela assessoria dele
pela manhã, mas o senador acabou postergando a definição sobre o seu futuro político pelo
menos até hoje, quando a bancada petista no Senado se reúne.
Oficialmente, o ex-ministro da
Educação e ex-governador do
Distrito Federal decidiu pensar
mais um pouco, em respeito às
bases partidárias, que teriam feito um apelo para que ele permanecesse no partido.
Mas Cristovam também está
avaliando suas possibilidades
eleitorais em 2006. Seu sonho é
ser candidato a presidente por
PPS ou PDT, mas apenas se conseguir montar uma sólida aliança de esquerda.
O problema é que os dois partidos já têm seus pré-candidatos
a presidente -o deputado federal Roberto Freire (PE), presidente nacional do PPS, e o senador Jefferson Peres (PDT-AM).
O petista discursou na tribuna
do Senado, como previsto, mas
em vez de anunciar sua desfiliação, limitou-se a homenagear o
ex-governador de Pernambuco
Miguel Arraes, morto sábado.
Ele indiretamente mencionou
a possibilidade, mirando-se no
exemplo de Arraes, "que pertenceu a quatro partidos diferentes,
mas sempre defendeu uma única causa, a dos mais pobres".
Após o discurso, Cristovam
conversou a portas fechadas
com o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) e o presidente do PT no
Distrito Federal, Vilmar Lacerda, um dos sacadores de conta
do publicitário Marcos Valério
de Souza no Banco Rural.
"Estamos tentando convencê-lo a ficar, mesmo com todas as
críticas que tem ao governo",
disse Lacerda.
Cristovam desgastou-se com o
Planalto desde que foi demitido
do Ministério da Educação, em
2004. Ele foi comunicado da demissão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por telefone,
quando estava em Portugal.
Também podem deixar o PT
cerca de dez deputados federais
da chamada esquerda petista,
mas a decisão ainda deve demorar ao menos um mês para ser
sacramentada.
(FÁBIO ZANINI)
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