São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Transposição

A gestão de Geraldo Alckmin em São Paulo é a base de seu programa de governo. Os três primeiros cadernos -saúde, micro e pequenas empresas e habitação- saíram do forno ontem para exame da coordenação da campanha. O texto, de 23 páginas, traz versões "nacionais" de programas paulistas como Poupatempo, Dose Certa e Banco do Povo. Elogia a gestão de José Serra na Saúde e se compromete a "combater os desvios de recursos" na área. Propõe redução de juros e carga tributária para microempresas, além de uma "Política Nacional de Educação Empreendedora".
Na habitação, o tucano promete criar o "Poupatempo Habitacional", simplificando a liberação de FGTS para aquisição de moradia, e projetos voltados para a terceira idade, chamados de "Moradia de Prata".

Arara 1. Está à beira da implosão o palanque de Alckmin no Paraná. Defenestrado do posto de vice na chapa de Roberto Requião pelo comando nacional do PSDB, o tucano Hermas Brandão já avisou que apoiará Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado contra Álvaro Dias. E ameaça ir de Lula.

Arara 2. Como Requião (PMDB) vai se licenciar, Brandão assumirá o governo e, nessa condição, receberá Lula. Presidente da Assembléia, ele quer o couro do PSDB, que melou a aliança no Paraná quando Brandão já não tinha mais prazo para se candidatar a deputado.

Padrão Aécio. Segundo pesquisa Sensus feita para a TV Tribuna, Lula tem 71,7% das intenções de voto em Pernambuco, seu Estado natal. Alckmin aparece com 10,2%, e Heloísa Helena, com 4,5%.

Bololô. Na sucessão pernambucana, Mendonça Filho (PFL) tem 30,5%, Humberto Costa (PT), 23,1%, e Eduardo Campos (PSB), 17%. Todas as simulações de segundo turno apontam empate técnico.

Haja coração. Enquanto Cláudio Lembo (PFL) diz contar as horas para deixar o governo, a Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes abriu licitação para comprar eletrocardiógrafo e desfribilador.

Gênero. Foi de olho no eleitorado feminino que Heloísa Helena optou por dizer, no debate e na propaganda, que é candidata a "presidenta".

Tempo real. Pouco depois de o programa de Alckmin na TV bater bumbo para a extensão do metrô, o site de Lula colocou no ar reportagem sobre a liberação de R$ 118 mi do BNDES para a linha verde.

Palavrão. Na abertura de estilo "foi Lula que fez", o programa do presidente exibiu ambulâncias do Samu. Mas, como o veículo virou símbolo do escândalo sanguessuga, o locutor mencionou apenas "emergências médicas".

Doeu. Foram identificados um "empobresse" e um "obcesão" nas legendas que acompanharam a fala de José Maria Eymael (PSDC).

Nacional. Fernando Gabeira é do Rio, mas foi dele a imagem que abriu o programa dos candidatos do PV em Brasília.

Sortido. Ancorado por Celso Russomano, o horário eleitoral do PP de São Paulo foi um desfile de acusados por diferentes CPIs. O sanguessuga Irapuan Teixeira ensinou no programa que "estamos cercados de podridão".

Bronca geral. Renan Calheiros (PMDB-AL) enquadrou Ney Suassuna (PB) e Wellington Salgado (MG). Não gostou de o primeiro ter deixado a liderança do PMDB sem consultá-lo e muito menos de o segundo tê-lo arrastado para seu bate-boca com Fernando Gabeira (PV-RJ).

Desabafo. Tão logo a CPI dos Sanguessugas entregou o relatório a Renan, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) pediu audiência com o presidente do Senado. Ao "tudo bem?" de Renan, foi logo disparando: "Tudo bem tirando as aves de rapina".

Tiroteio

Pior do que a dificuldade do PSOL por ter só um minuto para Heloísa Helena é o drama do PSDB, que precisa sustentar um programa de 12 minutos com o empolgante Geraldo Alckmin.


Do economista CÉSAR BENJAMIN , vice na chapa de Heloisa Helena, sobre as disparidades no tempo de televisão dos candidatos.

Contraponto

O colecionador

Cerca de duas semanas atrás, Jarbas Vasconcelos recebeu Itamar Franco em Recife. Os dois peemedebistas foram almoçar na capital pernambucana com um grupo de apoiadores de Geraldo Alckmin e, ao final da refeição, o ex-governador, agora candidato ao Senado, sugeriu:
-Itamar, quero convidá-lo a ir à minha casa para conhecer a minha coleção- disse Jarbas, que tem mais de 3.000 peças de artesanato brasileiro e de outros países.
Sabedor da queda do correligionário por namoradas jovens e bonitas, o ex-presidente não deixou barato:
-Qual das duas coleções?
Todos à mesa caíram na risada.


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