São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / LEGISLATIVO

Petistas evitam mencionar o mensalão no horário político

No 1º dia de campanha na TV, Valdemar Costa Neto diz que errou e vai recomeçar

Entre os petistas, Antonio Palocci fala sobre economia, e Angela Guadagnin, da "dança da pizza", afirma que sua prioridade é a saúde


DA REDAÇÃO

O candidato a deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciou ao mandato no ano passado, após ser citado pelo deputado cassado Roberto Jefferson no mensalão, foi o único dos envolvidos no escândalo a fazer um mea-culpa em cadeia nacional, ontem, em sua primeira aparição no horário eleitoral gratuito na TV.
O ex-ministro da Fazenda e candidato a deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) não mencionaram o tema.
Valdemar fez outra confissão sobre o recebimento de dinheiro: "Errei e só me restavam dois caminhos: abandonar a vida pública ou ficar, reconhecer o erro e começar tudo de novo".
À época, ele admitiu ter sacado R$ 1,25 milhão de conta de empresa de Marcos Valério para saldar dívidas da coligação PT-PL em 2002. Antes de ser processado por quebra de decoro, renunciou para não sofrer cassação -que o impediria de se candidatar por oito anos.
Já Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, aproveitou a exposição proporcionada pelo mensalão para se lançar candidata a deputada federal por SP pelo PMDB.
Palocci, envolvido em vários escândalos (propina mensal quando prefeito de Ribeirão Preto, caixa dois na campanha de 2002 de Lula), falou sobre economia e evitou o "caso do caseiro", episódio da violação do sigilo bancário de Francenildo Costa que levou à sua queda.
"Saúde sempre foi minha prioridade", disse na TV Guadagnin, a ex-integrante do conselho que sempre pedia vista nos processos de cassação para atrasar o trâmite e beneficiar aliados. Ao comemorar a absolvição de João Magno (PT), ela dançou na Câmara e ficou conhecida como a deputada da "dança da pizza".

Antes e depois
Com poucos segundos para dizer a que vieram, muitos candidatos tentam estabelecer identificação com o eleitor pelo "nome de guerra", como Rodinei da Cohab e Rosa do INSS. Outros usam rimas como estratégia ("Paulete, 2307") e números simbólicos ("Bispo Gê, 2512, lembre do Natal").
Deputado mais votado da história com 1,57 milhão de votos em 2002, Enéas Carneiro (Prona-SP), candidato à reeleição, mostrou sua foto com barba e explicou: "Tive uma doença gravíssima (...). Perdi minha barba, mas, com ajuda de Deus, estou vivo". De camisa listrada e gravata xadrez, o apresentador, ator e candidato a deputado federal Clodovil Hernandez (PTC-SP), prometeu com fala mansa e pausada: "Brasília nunca mais será a mesma". (MARCELA CAMPOS)


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