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ELEIÇÕES 2006 / LEGISLATIVO
Petistas evitam mencionar o mensalão no horário político
No 1º dia de campanha na TV, Valdemar Costa Neto diz que errou e vai recomeçar
Entre os petistas, Antonio Palocci fala sobre economia, e Angela Guadagnin, da "dança da pizza", afirma que sua prioridade é a saúde
DA REDAÇÃO
O candidato a deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciou ao mandato
no ano passado, após ser citado
pelo deputado cassado Roberto
Jefferson no mensalão, foi o
único dos envolvidos no escândalo a fazer um mea-culpa em
cadeia nacional, ontem, em sua
primeira aparição no horário
eleitoral gratuito na TV.
O ex-ministro da Fazenda e
candidato a deputado federal
Antonio Palocci (PT-SP) e a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) não mencionaram o tema.
Valdemar fez outra confissão
sobre o recebimento de dinheiro: "Errei e só me restavam dois
caminhos: abandonar a vida
pública ou ficar, reconhecer o
erro e começar tudo de novo".
À época, ele admitiu ter sacado R$ 1,25 milhão de conta de
empresa de Marcos Valério para saldar dívidas da coligação
PT-PL em 2002. Antes de ser
processado por quebra de decoro, renunciou para não sofrer
cassação -que o impediria de
se candidatar por oito anos.
Já Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério,
aproveitou a exposição proporcionada pelo mensalão para se
lançar candidata a deputada federal por SP pelo PMDB.
Palocci, envolvido em vários
escândalos (propina mensal
quando prefeito de Ribeirão
Preto, caixa dois na campanha
de 2002 de Lula), falou sobre
economia e evitou o "caso do
caseiro", episódio da violação
do sigilo bancário de Francenildo Costa que levou à sua queda.
"Saúde sempre foi minha
prioridade", disse na TV Guadagnin, a ex-integrante do conselho que sempre pedia vista
nos processos de cassação para
atrasar o trâmite e beneficiar
aliados. Ao comemorar a absolvição de João Magno (PT), ela
dançou na Câmara e ficou conhecida como a deputada da
"dança da pizza".
Antes e depois
Com poucos segundos para
dizer a que vieram, muitos candidatos tentam estabelecer
identificação com o eleitor pelo
"nome de guerra", como Rodinei da Cohab e Rosa do INSS.
Outros usam rimas como estratégia ("Paulete, 2307") e números simbólicos ("Bispo Gê,
2512, lembre do Natal").
Deputado mais votado da
história com 1,57 milhão de votos em 2002, Enéas Carneiro
(Prona-SP), candidato à reeleição, mostrou sua foto com barba e explicou: "Tive uma doença gravíssima (...). Perdi minha
barba, mas, com ajuda de Deus,
estou vivo". De camisa listrada
e gravata xadrez, o apresentador, ator e candidato a deputado federal Clodovil Hernandez
(PTC-SP), prometeu com fala
mansa e pausada: "Brasília
nunca mais será a mesma".
(MARCELA CAMPOS)
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