São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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ELEIÇÕES 2002/PRESIDENTE

De 53 representações no TSE, 23 foram feitas pelo candidato do PSDB e 16 pelo da Frente Trabalhista

Serra e Ciro concentram 74% das ações na Justiça Eleitoral

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
MARCELO SOARES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os candidatos à Presidência da República repetem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) os mesmos comportamentos que apresentam na propaganda eleitoral gratuita da televisão.
A constatação vem de análise, feita pela Folha, de 53 representações envolvendo os candidatos, movidas entre o início do horário eleitoral gratuito, no dia 20 de agosto, e a última sexta-feira.
Os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS), que trocam acusações desde os primeiros programas no rádio e na TV, apresentaram, juntos, 73,58% das ações no TSE. Do total, 34 (64,15%) entre eles.
Serra apresentou 23 representações (43% do total), das quais 19 foram contra Ciro. E o candidato do PPS buscou o TSE 16 vezes, das quais 15 foram contra o tucano.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mantendo a estratégia que descreveu como "Lulinha Paz e Amor", moveu apenas três representações, todas contra Serra -e desistiu das duas primeiras.
Já Anthony Garotinho (PSB) entrou com quatro ações, das quais três se referem à campanha regional do Rio, onde sua mulher, Rosinha Matheus, é a favorita na disputa pelo governo.
Eles agiu duas vezes contra a coligação Todos Pelo Rio, uma contra Lula (por ter pedido votos no programa eleitoral da governadora Benedita da Silva) e uma contra Serra -a única não vinculada à disputa fluminense.
Procurada pela Folha, a assessoria do TSE não soube informar os resultados das 53 representações movidas pelos candidatos.
Para os ex-ministros do TSE que hoje são advogados de Serra e Ciro, as ações são mecanismos de defesa contra as ofensas que os candidatos julgam ter sofrido na propaganda dos adversários.
"As representações servem para aparar as arestas dos exageros dos marqueteiros que não consultam advogados", diz o advogado Torquato Jardim, que defende Ciro.
"Às vezes os candidatos ultrapassam os limites, ainda que seja difícil definir o limite do direito de crítica", afirma Eduardo Alckmin, que defende Serra.
Na semana passada, os dois advogados fizeram um acordo de compensação de direitos de resposta. Serra e Ciro ganharam o direito a ter dois minutos do horário eleitoral do outro e, por isso, decidiram não utilizá-los. Mas Serra já ganhou, e exerceu, direito de resposta no horário de Ciro.
Lula, alvo de sete representações, já foi processado pelos outros três candidatos e também foi demandado pela União (duas vezes) e pela Petrobras (uma).
Das 20 ações contra Serra, três foram movidas por Lula, uma por Garotinho e uma pelo PSTU -as outras são de responsabilidade de Ciro. Além das representações movidas por Serra, Ciro sofreu outras duas movidas pela União. Garotinho sofreu três ações: duas de Serra e uma de Solange Alves, que disputa o governo do Rio.
As ações se concentram nos dias após os debates na TV. Nos quatro dias após o mais recente, da Record (dia 2), houve 14 ações, sendo seis de Ciro e seis de Serra.


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