|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPANHA
Tucano diz que o partido municia o procurador Luiz Francisco, que moverá ação contra empresários ligados a ele
Serra acusa o PT de "requentar" acusações
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável do PSDB, José
Serra, culpa o PT por acusações
contra ele divulgadas no fim de
semana. Serra acusa o partido de
"requentar" casos supostamente
já esclarecidos, com o objetivo de
permitir sua utilização no horário
eleitoral no rádio e na TV.
Serra diz que pretende discutir
programas com o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, mas
declara que o PT "baixou o nível".
Afirma que sua intenção ainda é a
mesma, mas que pode mudar de
idéia se a sigla enveredar pelo caminho do denuncismo.
No sábado, a Folha publicou
uma reportagem segundo a qual
Serra omitiu a propriedade de
uma empresa em suas declarações à Justiça Eleitoral nas eleições de 1994, 1996 e 2002. O tucano afirma que declarou à Receita
Federal, que seria o importante.
Na última sexta-feira, o procurador Luiz Francisco de Souza
anunciou que moverá ação por
improbidade administrativa contra dois empresários, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregorio Marin
Preciado. O primeiro já arrecadou
fundos para campanhas de José
Serra, e Marin é casado com uma
prima do candidato tucano.
Ricardo Sérgio era diretor do
Banco do Brasil quando a instituição aprovou "operações heterodoxas" e "atípicas", nas palavras
de documentos internos, que favoreceram empresas de Marin. O
nome de Serra deve ser citado na
ação do procurador. O tucano
acusa o PT de instrumentar o procurador, ex-militante filiado à sigla. Luiz Francisco diz que não se
trata de uma ação política.
A três semanas da eleição, Serra
vislumbra o dedo de adversários e
inimigos políticos em ações contra sua campanha. Ele diz ter recolhido indícios suficientes de
que sua vida e a de seus familiares
foram investigadas por detetives
contratados por esses inimigos.
No horário eleitoral na TV e no
site do candidato na internet, um
anúncio diz que "está sendo montada uma farsa em forma de denúncia" contra o tucano, para ser
usada no horário eleitoral e que a
campanha tentará impedir "que
aventureiros venham a fazer uso
eleitoreiro dessa farsa".
Embora Serra diga que pretende fazer um debate de alto nível
com Lula, a campanha do tucano
prepara o "desmonte" do candidato do PT, uma operação parecida com a que foi desencadeada
contra Ciro Gomes (PPS) no horário eleitoral gratuito.
A idéia é mostrar Lula antes e
depois, ou seja, alinhar as supostas incoerências do petista. Uma
linha que já é seguida no site do
tucano: "Aos sem-terra do MST
[Lula] pede calma, pois tudo tem
de ser feito para se ganhar as eleições; e aos criadores de zebu, acalma-os, assumindo o compromisso de "segurar o MST". E assim vai
a campanha petista", dizia ontem.
PFL
Na noite de anteontem, o tucano recebeu o apoio de parte do
PFL de Minas, que apoiava Ciro.
Alguns setores do PPS mineiro
também ensaiam uma aproximação. Favorito para ganhar a eleição para o governo do Estado, o
deputado federal Aécio Neves
(PSDB) aproveitou a viagem do
candidato ao sudoeste mineiro
para corrigir uma gafe.
Na semana passada, Aécio havia chamado Lula de "presidente", ato falho que logo tentou remediar, completando a expressão
com um "do PT". Num comício
em Passos, Aécio fez questão de
chamar o candidato tucano de
"presidente José Serra do Brasil".
Fez isso mais de uma vez.
Em São Sebastião do Paraíso,
numa cooperativa de produtos de
café, Serra lançou dois programas
de governo: "Leite para todos" e
"A nova marcha do café". Segundo o programa, o leite "passará a
fazer parte da política de preços
mínimos" do governo federal.
Serra também prometeu uma
política de garantia de preços mínimos para a cafeicultura, fortalecer o Conselho Deliberativo de
Política Cafeeira e "partir para o
ataque no front comercial".
Em um comício em Capelinha
(MG), ainda ao lado de Serra, Aécio aproveitou para criticar o PT:
"O trabalho dessa gente [do Vale
do Jequitinhonha, a região mais
pobre do Estado" demonstra que
este não é o vale da miséria, como
dizem alguns candidatos. Este é o
vale do trabalho", disse, referindo-se veladamente a Lula.
E Serra completou: "Há um
candidato que tem apresentado
esta região como o vale da miséria. Não é vale da miséria, não. É
vale do trabalho e da esperança".
Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Capelinha
Texto Anterior: Folclore político/José Paulo Cavalcanti Filho: Dom Helder e o general Próximo Texto: Ruth articula área social da campanha Índice
|