São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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ACIDENTE DE CAMPANHA

Militante tucana foi internada às pressas em hospital de Brasília, com a clavícula quebrada

Pára-quedista fere mulher em comício

Lula Marques/Folha Imagem
Mulher com bandeira cai depois de ser atingida por um pára-quedista contratado para animar comício de Serra em Brasília


WLADIMIR GRAMACHO
FERNANDA NARDELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um pára-quedista contratado para animar o comício do presidenciável tucano José Serra, ontem em Brasília, errou o alvo, caiu sobre o público e feriu uma mulher, que foi internada às pressas no Hospital de Base.
O evento foi promovido pelo comitê do governador Joaquim Roriz (PMDB), aliado de Serra, e reuniu cerca de 6.000 pessoas, segundo a organização. Perto das 12h, cinco pára-quedistas saltaram sobre um círculo aberto no meio do público. O vento forte dificultou as manobras de aterrissagem, e dois deles quase atingiram os espectadores.
A técnica em contabilidade Valéria Fernandes Mota, 32, foi atingida por um dos pára-quedistas, não identificado. O acidente levou-a ao chão e deixou o asfalto manchado de sangue, proveniente de escoriações.
O Corpo de Bombeiros, que prestou socorro à vítima, informou que ela havia sido submetida a uma cirurgia para corrigir uma clavícula quebrada e ligamentos rompidos.
No hospital, um homem não uniformizado identificou-se como médico e confirmou a fratura, mas negou a necessidade de uma cirurgia. A direção do hospital não se pronunciou.
Durante o socorro, ainda no local do evento, um grupo de seguranças do governador Joaquim Roriz atacou o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal "O Estado de S. Paulo", que registrava a cena. Foram desferidos socos e pontapés aos gritos de "Me dá esse filme". Um policial militar interveio apenas para encerrar a agressão e logo liberou os seguranças de Roriz.
A 200 metros dali, o governador e José Serra soltavam pombas brancas em favor da paz.
"Minha candidatura só faz sentido com o apoio de vocês a Serra", discursou o governador. "Roriz é o melhor para Brasília", devolveu Serra. Duas horas depois, ao embarcar para um compromisso em Minas Gerais, o candidato criticou a "inércia do governo do Rio" no combate à violência. "Estudei as plantas do presídio [de Bangu 1] no fim de semana. É de segurança mínima", disse ele, que defendeu a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para Brasília.


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