São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005

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PAINEL

Efeito Orloff
Postado logo atrás de José Dirceu na fila em que o ex-ministro aguardava para votar pela cassação de seu mandato, Roberto Jefferson se aproximou do arquiinimigo e lhe disse ao pé do ouvido: "Eu sou você amanhã".

Em exame
Atropelado pela confirmação de seu "mensalinho", Severino Cavalcanti (PP-PE) ainda não descartou a possibilidade de tirar licença médica de 120 dias da presidência da Câmara. Espera, porém, negociar o prazo para a abertura de seu processo no Conselho de Ética.

Vai ficando
Sem chance de eleger um nome seu para a presidência da Câmara, o PFL é o único partido a ver com bons olhos a eventual licença médica de Severino, que prolongaria a interinidade de José Thomaz Nonô.

Vento a favor
Em rota ascendente nas hostes oposicionistas, a opção Michel Temer (PMDB-SP) para o lugar de Severino já conta também com a boa vontade de um ou outro deputado petista.

Parabéns a você
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu um presente de aniversário, comemorado hoje, à conterrânea Heloisa Helena: que o PSOL não faça protestos contra o presidente Lula na inauguração do novo aeroporto de Maceió.

Com-voto
O líder do MST João Pedro Stedile declarou apoio a Plínio de Arruda Sampaio, um dos candidatos da esquerda petista, na disputa deste domingo pela presidência do partido.

Contra o êxodo
Petistas que tentarão forçar um 2º turno apoiando Valter Pomar, também da esquerda, alegam que votar em Plínio é referendar um nome que, encerrada a eleição, começará a pregar a desfiliação em massa do PT.

Padrão operacional
A Polícia Federal voltou sua atenção para três agências publicitárias com sede em São Paulo e contratos no governo Lula. Em comum, elas apresentam volumosos saques bancários, no melhor estilo do valerioduto.

Pedra cantada
Semanas atrás, em uma de suas lamentações, o empresário Marcos Valério dizia não entender por que tanto interesse investigativo por suas agências e nenhum "pelas de São Paulo".

Acerto por fora
Os repasses de outras agências para as de Marcos Valério somam R$ 1,9 mi nos últimos cinco anos. Para a CPI dos Correios, é prova de que a divisão de contas de estatais entre empresas era mera formalidade.

Fora do sério
A perspectiva de convocação de seu irmão Ademar pela CPI tirou a habitual calma de Antonio Palocci. Consultado por governistas da comissão, o ministro da Fazenda reagiu mal. Rejeitado ontem, o requerimento será reapresentado pela oposição na semana que vem.

Brincadeirinha
Depois da performance "murro na mesa" na CPI, Luiz Gushiken procurou ontem Osmar Serraglio (PMDB-PR), responsável pelo relatório final da comissão. Afirmou que foi mal-interpretado e que não quis afrontar os parlamentares.

Visita à Folha
Manoel Francisco Pires da Costa, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Lisette Lagnado, curadora-geral, e de Antônio Gaspar Filho, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) a respeito do ex-ministro da Secom Luiz Gushiken, segundo quem "o filho do presidente tem o direito, assim como o filho de qualquer outra pessoa, de instalar uma empresa no país e disputar espaço no mercado":
-Como sempre, a verdade é o avesso do que diz esse pessoal do PT: se o filho do presidente Lula tivesse aberto uma empresa e disputado espaço no mercado como o filho de qualquer outra pessoa, jamais teria recebido aquela mãozinha da Telemar.

CONTRAPONTO

Quem quer bacalhau?

Na tumultuada sessão em que rejeitou ontem o pedido de convocação de Ademar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, a CPI dos Correios também assistiu a um debate inusitado entre o relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e a oposição.
Serraglio apresentou requerimento quebrando sigilos de todas as fundações, empresas públicas da administração direta e indireta e seus servidores. Até a oposição ficou boquiaberta.
-Não precisa concluir, senhor relator. Somos contra-, disse Eduardo Paes (PSDB-RJ).
O presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS), chamou a atenção de Serraglio para a extensão do requerimento. Ele tentou consertá-lo, mas acabou se atrapalhando todo.
-Como diria o sábio filósofo Abelardo Barbosa, o nosso Chacrinha, não estamos aqui para explicar, mas para confundir-, concluiu Delcídio.


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