DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado José Dirceu considerou "muito natural, uma questão de analogia" a decisão do Supremo Tribunal Federal de estender a ele o direito de defesa prévia, concedido a seis parlamentares do PT denunciados ao Conselho de Ética pela CPI dos Correios.
De óculos escuros e calça branca, Dirceu entrou e saiu rapidamente do plenário e do cafezinho da Câmara, sem ao menos sentar, a tempo apenas de comentar a decisão do Supremo com jornalistas que se amontoaram em torno dele. Foram apenas cerca de 15 minutos de conversa.
Diante da reação irritada do Congresso contra a decisão de Jobim na véspera, considerada uma ingerência indevida do Poder Judiciário no Poder Legislativo, Dirceu disse que os críticos estavam usando de "dois pesos e duas medicas": "Quando o Supremo mandou [o Senado] instalar a CPI dos Bingos, todos aplaudiram. Se [a decisão do tribunal] vale para a CPI dos Bingos, por que não valeria para o Conselho de Ética?".
Dirceu explicou que, ao acatar a sua petição ontem, o Supremo lhe concedeu o direito de ser ouvido pelo Conselho sobre o relatório do deputado Osmar Serraglio, da CPI dos Correios, que ele já tinha contestado por escrito. Ele deve entrar com recurso no STF na próxima semana, para saber se pode ser processado por episódios que ocorreram quando era chefe da Casa Civil, não exercendo o mandato parlamentar.
Dirceu não comentou a cassação de Roberto Jefferson, pivô da crise política.


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