DA REPORTAGEM LOCAL

Para incentivar militantes a comparecer às urnas, a direção do PT fará um pedido formal para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vote nas eleições internas do partido neste domingo. Na opinião dos petistas, a presença de Lula sinalizaria também que sua relação com a legenda continua forte, apesar da crise.
Lula chegaria ontem de Nova York. Sua agenda prevê que ele estará em São Bernardo do Campo no fim de semana, mas até ontem não havia confirmação se ele iria ou não participar das eleições.
"Seria bom para o partido que o presidente votasse. Isso prestigiaria o partido, já que ele é fundador e membro do PT", disse o presidente interino da legenda, Tarso Genro, que, segundo dirigentes, terá a tarefa de fazer o convite. No domingo, ambos já haviam conversado sobre as eleições internas.
Lula é da corrente Articulação, que integra o Campo Majoritário, cujo candidato é o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). "Lula é nosso filiado mais ilustre. Vamos pedir para que ele vote, para que exerça sua "cidadania petista'", disse Francisco Campos, coordenador das eleições petistas.
Os dirigentes acreditam que Lula vai atender ao pedido, mas Tarso tentou minimizar uma eventual ausência. "Ele [o presidente] tem de fazer um juízo de conveniência republicano para que essa sua postura de ir votar não possa ser confundida com uma posição da instituição presidencial na sua relação com o partido. Essa avaliação é só ele que pode fazer."
A direção do partido tenta não criar expectativas em relação ao comparecimento da militância na votação. Alguns petistas apostam num quórum de 250 mil votantes de um total de 825 mil filiados.
Em 2001, quando José Dirceu (SP) foi eleito no primeiro processo de votação interna, pouco mais de 25% dos aptos a votar compareceram. "A eleição vai julgar a direção anterior", disse Tarso. Ele afirmou ainda que a realização destas eleições -a segunda desde a fundação da sigla- é o evento mais importante da história do PT desde sua fundação.


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