São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Road show

Terceiro colocado na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) tentou, alguns dias atrás, fazer com que uma grande emissora de televisão se interessasse pelas acusações contra José Serra que aparecem na edição da revista "IstoÉ" que chegou ontem às bancas.
No início do mês, Quércia negou com veemência ter procurado auxiliares de Aloizio Mercadante (PT), segundo colocado, para trocar informações sobre suposto envolvimento de Serra, líder nas pesquisas, no escândalo sanguessuga. Petistas, porém, sustentam que o contato com Quércia ocorreu.

Turma. Valdebran Padilha, preso ontem em São Paulo por supostamente intermediar a compra de material ligando José Serra à máfia dos sanguessugas, é muito próximo, no PT matogrossense, ao deputado Carlos Abicalil e ao ex-candidato a prefeito de Cuiabá Alexandre César.

Conexão. A PF apura suposta intermediação de Pedro Henry (PP-MT) no contado entre o PT e os Vedoin para a divulgação de dados contra os tucanos. Henry estaria ainda ajudando a pagar advogados dos donos da Planam.

Premonição 1. Nota postada ontem por José Dirceu em seu blog: "Se a notícia (da "Isto É) for verdadeira, será a "pá de cal" na candidatura do Chuchu. Já não digo o mesmo em relação ao Serra, pois a distância dele para o Mercadante ainda é muito grande".

Premonição 2. Tucanos estranharam a nota de Dirceu. O nome de Geraldo Alckmin não aparece na revista. Surgiu mais tarde, no material que o primo de Luiz Antonio Vedoin pretendia vender para divulgação.

Beabá. O PFL deve impetrar nesta segunda-feira uma representação ao Ministério Público Federal contra o ex-ministro Luiz Gushiken (Secom) e as agências Duda Mendonça e Matisse pelo caso das cartilhas de propaganda do governo que teriam sido distribuídas pelo PT.

Léxico. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que defendeu Lula do alegado "golpe das elites" durante o escândalo do mensalão, divulgou uma nota depois da invasão de propriedade do deputado José Janene (PP-PR) com o seguinte título: "MST ocupa fazenda de mensaleiro no Paraná".

Apagão na TV 1. A produtora Fantasias Luminosas suspendeu a feitura dos programas de Heloísa Helena (PSOL) para o horário eleitoral. Hoje à noite vai ao ar uma reprise. Para retomar os trabalhos, a equipe quer receber os pagamentos atrasados.

Apagão na TV 2. Há dias a produtora tenta, sem sucesso, falar com HH. "Somos mais de dez trabalhando na campanha com todo o amor. Mas trabalhadores precisam receber", diz Ronaldo Duque, sócio da empresa.

Foi mal. Paulo Souto (PFL) chamou o Bolsa Família de assistencialista no domingo. Diante da má repercussão, o governador baiano, líder nas pesquisas, teve de passar a semana se explicando, numa série de entrevistas para exaltar o carro-chefe de Lula.

Poliana. Os tucanos paranaenses ficaram animados com a visita de Alckmin ontem à região metropolitana de Curitiba. Comemoraram até a chuva que caiu à tarde. "É pé quente. Estamos em racionamento, e ele fez chover", dizia o deputado Gustavo Fruet.

Ao trabalho. O senador Marco Maciel (PFL-PE) propõe que o período entre diplomação e posse do novo Congresso seja preenchido com a definição de uma "agenda positiva, elaborada com base nos ensinamentos deixados por episódios políticos recentes".

Tiroteio

"É frustrante constatar que, a menos de 15 dias da eleição, nenhum candidato tenha apresentado proposta concreta para a economia. O povo percebeu que as promessas são as de sempre, superficiais."
Do presidente da Fiesp, PAULO SKAF, sobre a fragilidade das propostas para a economia até agora apresentadas pelos presidenciáveis.

Contraponto

Escolinha

Antes da aprovação da emenda do voto aberto, o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), fez defesa inflamada do voto secreto para a eleição da Mesa. A deputada Perpétua Almeida (PC do B-BA) discordou, e recebeu uma resposta dura de Aleluia:
-Temos visões de mundo distintas. Sua concepção de Estado democrático é a Albânia! -, disparou, em referência ao fato de ela pertencer a sigla dita comunista.
Até então quieto, Aldo Rebelo (PC do B-SP) atalhou:
-Senhores, essa discussão está atrasada. Até porque, se formos por aí, o partido comunista russo foi o primeiro a defender o voto secreto, para se proteger do czar.


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