São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Em São Paulo, protesto contra absolvição de Renan reúne 200

Senado vive impasse; grande teste será aprovação da prorrogação da CPMF

FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Movimento Grande Vaia, que se define como "oposição ao governo Lula e ao PT" e contra "corrupção, desmandos, incompetência, populismo e nepotismo", organizou ontem em São Paulo ato contra a absolvição de Renan Calheiros.
Durante o protesto, que segundo a PM reuniu cerca de 200 pessoas na av. Paulista, foram recolhidas assinaturas pelo fim do voto secreto no Senado. "Tem que ser aberto. Votei no [Aloizio] Mercadante e fiquei decepcionado com o voto dele", disse o operador de telemarketing Jorge Moraes, 25.
Quando o sinal fechava, os manifestantes iam para a rua com faixas como "Fora, Renan" ou "Eu tenho vergonha do Senado". Célia Rangel, 82, segurava o cartaz "Ali Babá Mor e os 40 ladrões". O "apitaço" foi acompanhando pelas buzinas.
"O governo está jogando pobre contra rico, nosso protesto é legítimo", criticou o publicitário Marcus Meyer. No carro de som, um dos organizadores puxou o "Fora, Lula" e "Fora, Renan", completando: "Renan Calhorda que fez um filho dentro do gabinete do Senado".
O Senado vive um impasse. Depois da absolvição, Renan resiste a se afastar da presidência. A oposição ameaça fazer uma "obstrução seletiva" das votações e pede o afastamento de Renan. Governistas não conseguem encerrar a crise. O grande teste na Casa será a prorrogação da CPMF.
Aliados de Renan acusam a oposição de ser antidemocrática, já que a maioria o absolveu. "O Democratas não tem nada de democrata. O partido está acabado e quer levar o PSDB para o buraco", disse Wellington Salgado (PMDB-MG).
O líder do DEM, José Agripino (RN), disse estar preocupado com a imagem do Senado. "Essas pessoas não estão andando nas ruas, não estão percebendo a indignação."
O Planalto, que operou para absolver Renan, preferia que ele se licenciasse do cargo, que seria assumido temporariamente pelo vice-presidente Tião Viana (PT-AC). Renan não aceita. "Cresce o ressentimento na Casa", afirmou Viana.

"Sem-mídia"
Ainda ontem, cerca de 90 manifestantes, segundo a PM, participaram de ato batizado de "Movimento dos Sem-Mídia", em frente ao prédio da Folha.
Um manifesto -endossado por cerca de 190 pessoas, segundo os organizadores- foi protocolado na portaria do jornal. O ato durou quase duas horas. "A mídia ataca o governo federal em benefício de seus opositores", discursou o gerente de vendas Eduardo Guimarães, organizador do protesto.


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