|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2008 / CAMPANHA
Alckmin ignora serristas e ataca Kassab na rua e na TV
Tucano tenta explicar por que é candidato contra gestão integrada pelo PSDB
Ex-governador critica atuação da prefeitura na saúde e diz que quer ganhar para "retomar o projeto do PSDB que foi interrompido"
Raimundo Paccó/Folha Imagem
|
|
O tucano Geraldo Alckmin caminha por calçada próxima ao Mercado Municipal de São Paulo
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Na reta final da corrida eleitoral paulistana, o candidato do
PSDB a prefeito Geraldo Alckmin estreou ontem a nova fase
de seus programas do horário
eleitoral gratuito de televisão
com duras críticas à gestão de
seu adversário Gilberto Kassab
(DEM), que tem os tucanos à
frente de pastas importantes.
O ataque direto a Kassab foi
feito pelo próprio ex-governador, que abriu os programas de
ontem tentando explicar ao
eleitor o motivo de ter insistido
na candidatura, já que o democrata era vice de José Serra
(PSDB) até março de 2006:
"Quero muito, sim, ser prefeito de São Paulo. Sabe pra
quê? Pra gente retomar o projeto do PSDB que foi interrompido. Não avançou nesses últimos dois anos. Os problemas
na saúde, principalmente, se
agravaram muito com o prefeito Kassab. E ninguém melhor
do que você sabe disso".
Até a semana passada, pressionado pela ala serrista do
PSDB que mantém cargos na
prefeitura e aguardando a entrada do governador em sua
campanha, Alckmin relutava
em criticar Kassab.
Mas, conforme a mais recente pesquisa Datafolha, o democrata pela primeira vez está numericamente acima do tucano
nas intenções de voto: 21% a
20%. A liderança segue com a
petista Marta Suplicy, 37%.
O prefeito registrou crescimento de dez pontos desde o
início da propaganda gratuita,
enquanto Alckmin teve queda
de 12 pontos, o que ocasionou o
pedido de demissão de Lucas
Pacheco do comando de comunicação da campanha.
Em outro trecho dos programas, Alckmin muda a área de
suas críticas, mas mantém o foco no atual prefeito: "O Kassab
nem de longe deu continuidade
às metas estabelecidas para a
educação pelo então prefeito
Serra. Enquanto a propaganda
dele fala uma coisa, os números
mostram outra realidade".
Em evento no final da tarde,
o tucano comentou a mudança
de estratégia: "Eleição também
é comparação. Você tem vários
candidatos, vai escolher um
candidato [...] É comparação de
vida pública, de trabalho, de
história política". Anteontem,
visitou a zona leste e apontou
falhas do atual prefeito.
Nova direção
Os programas de ontem foram os primeiros totalmente
produzidos pela nova equipe de
comunicação, comandada por
Raul Cruz Lima em parceria
com Marcelo Simões, ex-colaborador de João Santana, marqueteiro de Marta.
Kassab não quis comentar as
críticas, se limitando a dizer
que elas são um "desrespeito ao
eleitor". Mas o presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, com cargo no
governo Serra, divulgou carta
aos militantes:
"O partido a ser derrotado é,
em primeiro lugar, o PT (...) Vejo como um erro elementar escolher-se como alvo preferencial qualquer outro", disse.
Os novos programas de Alckmin também miram Marta,
mas poupam Luiz Inácio Lula
da Silva. O tucano diz que o
"problema" não é Lula, mas sim
"o PT". Nesse caso, a idéia é
convencer o eleitor antipetista
que ele é quem tem mais chances de vencer Marta em um
eventual segundo turno.
Colaboraram AFONSO BENITES , da Redação,
e CATIA SEABRA , da Reportagem Local
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: PT vai explorar ligação de Kassab com Maluf Índice
|