São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / CAMPANHA

Alckmin ignora serristas e ataca Kassab na rua e na TV

Tucano tenta explicar por que é candidato contra gestão integrada pelo PSDB

Ex-governador critica atuação da prefeitura na saúde e diz que quer ganhar para "retomar o projeto do PSDB que foi interrompido"


Raimundo Paccó/Folha Imagem
O tucano Geraldo Alckmin caminha por calçada próxima ao Mercado Municipal de São Paulo

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Na reta final da corrida eleitoral paulistana, o candidato do PSDB a prefeito Geraldo Alckmin estreou ontem a nova fase de seus programas do horário eleitoral gratuito de televisão com duras críticas à gestão de seu adversário Gilberto Kassab (DEM), que tem os tucanos à frente de pastas importantes.
O ataque direto a Kassab foi feito pelo próprio ex-governador, que abriu os programas de ontem tentando explicar ao eleitor o motivo de ter insistido na candidatura, já que o democrata era vice de José Serra (PSDB) até março de 2006: "Quero muito, sim, ser prefeito de São Paulo. Sabe pra quê? Pra gente retomar o projeto do PSDB que foi interrompido. Não avançou nesses últimos dois anos. Os problemas na saúde, principalmente, se agravaram muito com o prefeito Kassab. E ninguém melhor do que você sabe disso".
Até a semana passada, pressionado pela ala serrista do PSDB que mantém cargos na prefeitura e aguardando a entrada do governador em sua campanha, Alckmin relutava em criticar Kassab.
Mas, conforme a mais recente pesquisa Datafolha, o democrata pela primeira vez está numericamente acima do tucano nas intenções de voto: 21% a 20%. A liderança segue com a petista Marta Suplicy, 37%. O prefeito registrou crescimento de dez pontos desde o início da propaganda gratuita, enquanto Alckmin teve queda de 12 pontos, o que ocasionou o pedido de demissão de Lucas Pacheco do comando de comunicação da campanha.
Em outro trecho dos programas, Alckmin muda a área de suas críticas, mas mantém o foco no atual prefeito: "O Kassab nem de longe deu continuidade às metas estabelecidas para a educação pelo então prefeito Serra. Enquanto a propaganda dele fala uma coisa, os números mostram outra realidade".
Em evento no final da tarde, o tucano comentou a mudança de estratégia: "Eleição também é comparação. Você tem vários candidatos, vai escolher um candidato [...] É comparação de vida pública, de trabalho, de história política". Anteontem, visitou a zona leste e apontou falhas do atual prefeito.

Nova direção
Os programas de ontem foram os primeiros totalmente produzidos pela nova equipe de comunicação, comandada por Raul Cruz Lima em parceria com Marcelo Simões, ex-colaborador de João Santana, marqueteiro de Marta.
Kassab não quis comentar as críticas, se limitando a dizer que elas são um "desrespeito ao eleitor". Mas o presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, com cargo no governo Serra, divulgou carta aos militantes: "O partido a ser derrotado é, em primeiro lugar, o PT (...) Vejo como um erro elementar escolher-se como alvo preferencial qualquer outro", disse.
Os novos programas de Alckmin também miram Marta, mas poupam Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano diz que o "problema" não é Lula, mas sim "o PT". Nesse caso, a idéia é convencer o eleitor antipetista que ele é quem tem mais chances de vencer Marta em um eventual segundo turno.


Colaboraram AFONSO BENITES , da Redação, e CATIA SEABRA , da Reportagem Local


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