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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Projeto de internet de Marta gera dúvida
Promessa consumiria 8 anos, segundo própria campanha, que planeja gastar R$ 64 mi para instalar internet sem fio gratuita em SP
Proposta busca votos da classe média; Kassab fala em ampliação do serviço de telecentro, já Alckmin diz que duvida desse projeto
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy,
promete cobrir toda a cidade
com internet sem fio gratuita
num prazo de quatro anos. Mas
o próprio comando da campanha reconhece que a universalização consumiria pelo menos
oito anos, ou dois mandatos.
"Vamos começar com os
3.000 prédios da prefeitura,
mas isso é o começo. Depois vamos ampliar e, nesses quatro
anos, vamos cobrir a cidade inteira. Para que a cidade de São
Paulo possa ser uma cidade antenada", disse Marta, em discursos no Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco.
Um dos responsáveis pela
elaboração do programa de governo do PT, Roberto Garibe
explica que, para o primeiro
mandato, a meta seria criar
"ilhas digitais", graças à instalação de antenas nos cerca de
3.000 prédios da prefeitura.
Em outros dois anos, o programa seria ampliado para os
grandes corredores. Só depois
atingiria toda a cidade.
"Na primeira fase, dos quatro
primeiros anos, vamos equipar
todos os prédios públicos com
WiFi. A idéia é que, em até seis
anos ou mais, a gente consiga
ampliar isso para toda a cidade", disse Garibe.
Dependendo da topografia,
cada antena teria raio de até
500 metros de alcance. O comando da campanha ainda não
calculou quantos moradores
seriam beneficiados pelo programa. Segundo Garibe, a idéia
é oferecer o serviço em escolas,
bibliotecas e telecentros, contemplando também os vizinhos
de prédios públicos.
O programa, segundo Garibe,
custaria R$ 64 milhões em quatro anos, incluindo manutenção e fiscalização. Garibe, no
entanto, não sabe quanto seria
necessário para garantir acesso
do usuário à internet. "Vamos
comprar isso no atacado e negociar o preço. Queremos fazer
isso em parceria com o setor
privado. Temos sinalização de
que há interesse em fazer."
Para garantir cobertura, Garibe aposta não só no apoio do
setor privado mas na "evolução
da tecnologia". "Há possibilidade de que, numa parceria público-privada, a gente consiga futuramente preencher esses espaços que os prédios públicos
não vão preencher."
Classe média
Lançada pela campanha de
Marta -que pretende conquistar espaço na classe média- a
promessa é estrela na campanha de TV. Ontem, numa entrevista para um site, o prefeito
e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), prometeu
ampliar o serviço de telecentro.
Marta reagiu, acusando-o de
copiar suas propostas.
O comando da campanha de
Geraldo Alckmin lançou dúvidas sobre a viabilidade da proposta. O deputado tucano Júlio
Semeghini diz que o PT "parece
não saber exatamente o que fazer". "É como se tivessem lançado só para aparecer como autor da proposta."
Segundo ele, é necessário um
estudo que beneficie apenas as
comunidades mais carentes.
"Se for em prédio público, no
centro, o PT vai subsidiar a
classe média e empresas."
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