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CCJ da Câmara deve aprovar proposta que libera bingos
Texto de projeto de lei autoriza também o funcionamento de máquinas caça-níqueis
Se aprovada, proposta vai ao plenário da Câmara e, depois, ao Senado; próximo alvo de articuladores da lei
será legalização de cassinos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Comissão de Constituição
e Justiça da Câmara deve aprovar hoje projeto de lei que libera o funcionamento de bingos e
máquinas caça-níqueis, como o
videopôquer e o videobingo.
O texto apresentado pelo relator, Regis de Oliveira (PSC-SP), também abre espaço para a
legalização de cassinos. O deputado, no entanto, disse que
vai fazer modificações em seu
relatório para não permitir esse
tipo de jogo de azar, mesmo
sendo favorável à ideia.
"A abertura de cassinos fomentará a indústria do turismo
no Brasil, mas não vamos colocar isso agora", afirma Oliveira
em seu texto.
O cassino deverá ser alvo de
novo esforço assim que este
projeto for aprovado pelo Congresso, afirma o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho da Força Sindical, um
dos principais articuladores da
proposta dos bingos.
Após passar pela CCJ, o projeto de lei segue para votação
no plenário e, se aprovado, segue para o Senado. A expectativa dos defensores da proposta é
votá-lo ainda neste ano. Lideranças partidárias, porém, ainda estão divididas. O líder do
PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), por exemplo, é favorável. A legalização, diz, "coibi
uma atividade criminosa".
Já o líder tucano, José Aníbal
(SP), é contra. "Tenho uma resistência grande. Acho que todo
esse universo é altamente suspeito", afirmou o deputado.
A proposta a ser votada estabelece que as casas de bingo terão de pagar à União e aos Estados 17% das receitas, que serão
destinadas ao sistema de saúde
(15%), a investimentos na cultura (1%) e ao esporte (1%).
Cálculos feitos pelo relator
apontam que só com as taxas
para regulamentar o setor serão arrecadados cerca de
R$ 230 milhões.
O relator determina ainda
em seu texto que as casas de
bingo tenham que estar a uma
distância mínima de 100 metros de escolas regulares e de
templos religiosos. Também
regulamenta a quantidade de
estabelecimentos autorizados
por municípios e o número de
contratações obrigatórias em
cada casa de bingo.
As modificações, diz o relator, foram feitas a pedido do setor. Olavo Sales da Silveira, presidente da Abrabin (Associação
Brasileira dos Bingos) diz que o
projeto é também uma forma
de criminalizar situações ir-
regulares, que hoje são apenas
contravenções.
A exploração de todos os tipos de jogo do bingo e o funcionamento das máquinas caça-níqueis estão proibidas desde
2004, quando todas as licenças
e autorizações foram canceladas por uma medida provisória
do presidente Lula.
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