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BNDES deve conceder empréstimo de US$ 1 bi para obras na Argentina
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Durante a visita do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) deverá selar um memorando de entendimento para a
concessão de US$ 1 bilhão em empréstimos para obras de infra-estrutura no país vizinho.
Entre as obras, estão um gasoduto ligando Uruguaiana a Porto
Alegre e uma usina hidrelétrica
em Santa Cruz, província na região da Patagônia que foi governada pelo atual presidente argentino, Néstor Kirchner.
Também está prevista a construção de rodovias e ferrovias para facilitar a conexão entre São
Paulo e Buenos Aires.
O pacote prevê ainda financiamentos para que a Argentina encomende ônibus das empresas
brasileiras Marcopolo e Busscar.
Para a viabilização do empréstimo, o BNDES conta com a reativação dos CCRs (Convênios de
Crédito Recíproco), um mecanismo criado pela Aladi (Associação
Latino-Americana de Integração)
no qual os dois países usam suas
próprias divisas para fechar a
transação comercial, o que evita o
uso de dólares.
Ao final de três meses, é previsto
um acerto. A diferença que houver na balança comercial entre os
dois países terá de ser coberta pela
moeda americana.
O mecanismo do CCR não é
muito bem visto pelo Banco Central, que não gosta da adoção de
outras moedas que não o dólar,
para efeito de balança comercial.
O Banco Central é fundamental
para que seja selado o acordo com
a Argentina para o uso dos CCRs,
já que os BCs funcionam como
agentes de compensação multilateral para registrar as operações
entre os dois países.
Até que seja batido o martelo
entre Brasil e Argentina, foram intensas as negociações. Nas últimas semanas, Carlos Lessa, presidente do BNDES, reuniu-se várias
vezes com o Itamaraty e com a Fazenda para chegar a um acordo
para a reativação dos CCRs.
O pacote de US$ 1 bilhão para a
Argentina faz parte do plano do
BNDES de integração dos países
da América do Sul. O banco ainda
irá conceder financiamentos de
US$ 1 bilhão para a Venezuela e
de US$ 600 milhões para a Bolívia.
A previsão é que o BNDES também conceda US$ 3 bilhões em
empréstimos para outros países
da América Latina.
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