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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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BNDES deve conceder empréstimo de US$ 1 bi para obras na Argentina

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá selar um memorando de entendimento para a concessão de US$ 1 bilhão em empréstimos para obras de infra-estrutura no país vizinho.
Entre as obras, estão um gasoduto ligando Uruguaiana a Porto Alegre e uma usina hidrelétrica em Santa Cruz, província na região da Patagônia que foi governada pelo atual presidente argentino, Néstor Kirchner.
Também está prevista a construção de rodovias e ferrovias para facilitar a conexão entre São Paulo e Buenos Aires.
O pacote prevê ainda financiamentos para que a Argentina encomende ônibus das empresas brasileiras Marcopolo e Busscar.
Para a viabilização do empréstimo, o BNDES conta com a reativação dos CCRs (Convênios de Crédito Recíproco), um mecanismo criado pela Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) no qual os dois países usam suas próprias divisas para fechar a transação comercial, o que evita o uso de dólares.
Ao final de três meses, é previsto um acerto. A diferença que houver na balança comercial entre os dois países terá de ser coberta pela moeda americana.
O mecanismo do CCR não é muito bem visto pelo Banco Central, que não gosta da adoção de outras moedas que não o dólar, para efeito de balança comercial.
O Banco Central é fundamental para que seja selado o acordo com a Argentina para o uso dos CCRs, já que os BCs funcionam como agentes de compensação multilateral para registrar as operações entre os dois países.
Até que seja batido o martelo entre Brasil e Argentina, foram intensas as negociações. Nas últimas semanas, Carlos Lessa, presidente do BNDES, reuniu-se várias vezes com o Itamaraty e com a Fazenda para chegar a um acordo para a reativação dos CCRs.
O pacote de US$ 1 bilhão para a Argentina faz parte do plano do BNDES de integração dos países da América do Sul. O banco ainda irá conceder financiamentos de US$ 1 bilhão para a Venezuela e de US$ 600 milhões para a Bolívia.
A previsão é que o BNDES também conceda US$ 3 bilhões em empréstimos para outros países da América Latina.

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