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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Em carta ao PDT, Alckmin se compromete a não privatizar
Tucano afirma que manterá sob controle estatal Petrobras, BB, Caixa e Correios
Texto sinaliza, porém, para possível venda de ações
que excedam ao controle estatal; PDT decide hoje se declara apoio a Alckmin
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Chamado diariamente de
privatista pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, enviou ao PDT
um carta em que se compromete com a manutenção da Petrobras, do Banco do Brasil, da
Caixa Econômica Federal e da
Empresa de Correios e Telégrafos "sob controle estatal".
Alckmin negou, porém, que
seja uma resposta ao adversário, que, no segundo turno, investe na estratégia de rotulá-lo
como privatista. "Não levo
muito a sério. O Lula não tem
compromisso com a verdade."
O documento foi enviado na
terça-feira, mas só foi incluído
no site do PDT depois de Lula
também se comprometer, ainda que genericamente, com as
reivindicações do partido, na
quarta-feira. "Meu governo
manterá sob controle estatal e
estimulará os papéis estratégicos que cumprem a Petrobras,
o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e os Correios",
diz a carta de Alckmin.
Apesar de o texto sinalizar
com a possibilidade de venda
de ações que excedam ao controle estatal, Alckmin foi categórico ontem, após visita ao Capão Redondo, zona sul de São
Paulo. "Exatamente", disse ele,
ao responder se assinara um
compromisso antiprivatização.
"Recebi [do PDT] o documento com a questão da não-privatização, do piso do salário
para a Previdência, o direito
dos trabalhadores, a educação e
o crescimento. É a minha proposta. Quero ser presidente para isso e quero o apoio do PDT."
Em reunião ontem à noite
com o presidente da Força Sindical, o pedetista Paulo Pereira
da Silva, Alckmin descreveu os
esforços para obter o apoio do
partido. Disse ter procurado todos os líderes regionais do partido, "de Alceu Collares [RS] a
Jefferson Perez [AM]".
Hoje, o diretório nacional do
PDT se reúne para anunciar
sua decisão. Embora exista nos
Estados uma tendência pró-Alckmin, o presidente do partido, Carlos Lupi, admitiu ontem
que os adeptos da candidatura
Lula se aliaram aos defensores
da neutralidade para evitar que
o PDT oficialize o apoio ao tucano. "Há uma divisão", disse.
Alckmin promete ainda adotar o horário integral no ensino
básico, com a implantação da
jornada escolar de cinco horas
até 2010. "Dentro da ótica de
estimular a freqüência e o desempenho na escola, faremos
com que o Bolsa Família volte
às suas origens, deturpadas no
governo Lula", diz a carta.
Ontem, após caminhada em
reduto petista, Alckmin prometeu "reduzir impostos, começando pela passagem de ônibus, metrô e trem". Ironizou a
declaração de Lula, que classificou como "abominável" o ataque do PT à família do tucano.
"É típico do PT. Tira proveito. Faz uma coisa injusta e, depois, vem dar uma de bom moço", afirmou Alckmin, que cobrou do PT a origem do R$ 1,7
milhão destinado à compra de
material contra o PSDB. "É
achar que todo mundo é bobo."
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