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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula investe em comitês; Alckmin dá prioridade à TV
PT vai manter a estrutura utilizada por deputados durante o primeiro turno; custo impede PSDB de fazer o mesmo
Estratégia petista visa Estados onde petista não teve votação expressiva; tucanos estão de olho nos maiores colégios eleitorais
CÁTIA SEABRA
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Surpreendida com o segundo
turno, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu na
semana passada ofensiva para
conferir capilaridade à candidatura, ou, como explicam dirigentes petistas, manter o nome
do presidente na boca dos eleitores que já o escolheram e
conquistar mais alguns.
O PT fez convocação para
que eleitos e mesmo derrotados mantenham comitês abertos e equipes para dar sustentação à campanha do presidente,
principalmente em Estado onde Lula perdeu.
A estrutura dos diretórios zonais do partido também foi
mantida para reforçar a campanha. "Temos diagnóstico de
que podemos crescer, o que
pressupõe presença e participação", diz o vereador Paulo
Fiorilo, presidente do PT paulistano -a capital, onde Lula
não ganhou nem em áreas de
vitória de Marta Suplicy em
2004, é "prioridade entre as
prioridades", diz o dirigente.
Tucanos sugeriram a Geraldo Alckmin estratégia similar,
mas, para cumprir o orçamento, ele a vetou e prefere centrar
forças na campanha da TV.
Responsável pela logística da
campanha, o ex-secretário-geral de FHC Eduardo Jorge Caldas Pereira apresentou a Alckmin um orçamento de R$ 25
milhões, que incluiria a contratação de estrutura nos Estados.
Mas o próprio Alckmin reduziu
para R$ 16 milhões o limite de
gastos no segundo turno. "Fizemos ajustes. O segundo turno é
mais concentrado na TV e no
rádio", disse Paulo Bressan, tesoureiro da campanha.
Nos Estados, deputados eleitos sugeriram que Alckmin arcasse com parte das despesas
dos comitês para aproveitar a
estrutura. Mas, segundo Bressan, o material será enviado aos
diretórios do PSDB e do PFL.
Segundo Fiorilo, do PT, na
capital já estão garantidas a estrutura de 36 diretórios zonais
e 700 pessoas que trabalharão
na campanha de Lula. A campanha não antecipou receitas e
gastos do segundo turno.
A expectativa na semana passada era que cerca de 25 petistas que disputaram as eleições
proporcionais com comitês na
capital mantivessem as portas
abertas e equipes em ação.
Jilmar Tatto, eleito deputado
federal e braço direito de Marta, coordenadora estadual da
campanha de Lula, manteve
sua base. "Estamos incorporando apoiadores de outras
candidaturas que ganharam e
perderam", afirmou.
No Rio Grande do Sul, onde
Lula também perdeu para
Alckmin e Olívio Dutra (PT)
disputa o segundo turno com
Yeda Crusius (PSDB), há movimento parecido. Lá reforçaram
a campanha o ex-ministro do
Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto e Manuela D'Ávila, do PCdoB, deputada federal
mais votada do Estado.
Estratégia tucana
A estratégia de Alckmin depende dos Estados que têm
mais relevância no segundo
turno. Em São Paulo, a campanha incorporou a estrutura deixada por José Serra, eleito governador no primeiro turno.
Na Bahia, herdou o comitê de
Paulo Souto, derrotado por Jaques Wagner (PT). Coordenador da bancada do PPS, Raul
Jungmann (PPS) conta que os
deputados eleitos foram convocados a colaborar. "Pedimos
que disponibilizassem carro de
som, muros, comitês", disse.
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