DA SUCURSAL DO RIO

Colar sua imagem à do presidente Lula, a quem está dando apoio no segundo turno, e descolá-la da do ex-governador Anthony Garotinho foi a estratégia adotada por Sérgio Cabral (PMDB) no debate com Denise Frossard (PPS), ontem à noite, na TV Bandeirantes.
Logo nas primeiras intervenções, os dois mostraram suas fichas. O senador disse que, se eleito, trabalhará integrado com o governo federal na área de segurança, e usou as ações da Polícia Federal no governo Lula como peça de campanha.
Já a deputada disse que Cabral "representa a continuação do modo de governar do Garotinho", enquanto ela simboliza a ruptura com esse modo.
Com vantagem nas pesquisas (53% a 34% segundo o último Datafolha), o candidato do PMDB fez perguntas técnicas sobre o Estado, tentando mostrar o suposto desconhecimento de Frossard. Ela classificou as perguntas de "pegadinhas" e chegou a renunciar ao direito de responder a uma pergunta sobre gás natural veicular.
Para Frossard, técnicos devem cuidar desses temas, enquanto a um governador cabe estruturar o Estado, que "é uma bagunça e feito para interesses políticos".
Cabral citou várias vezes seus oito anos à frente da Assembléia do Rio. Frossard procurou mostrar que ele foi co-responsável por problemas do governo Garotinho, acusando-o de arquivar pedidos de CPIs e não tomar providências quanto a irregularidades.
Segundo ela, Cabral "não tem autoridade moral para falar de transparência". Ele a provocou: "A senhora só ataca. Apresente alguma coisa, por favor".
Ontem, ao oficializar seu apoio a Cabral, o deputado Eduardo Paes (PSDB) atacou Frossard, antiga companheira de partido. "A candidata (...) sequer conhece os problemas da zona sul, onde mora. Promete resolver todos os problemas do mundo com uma autoridade moral que não tem", disse Paes.
O tucano criticou a aliança de Frossard com Cesar Maia. Disse que a juíza deixou o PSDB em 2004 por ter sido preterida na eleição para a prefeitura.


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