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Eleitores dizem que vida privada dos candidatos não influencia o voto
DA REPORTAGEM LOCAL
A vida pessoal dos candidatos não interfere na hora do
voto, segundo eleitores ouvidos pela Folha ontem em diversas regiões de São Paulo.
A reportagem foi às ruas
nas zonas norte, sul, leste e
oeste da cidade para ouvir
paulistanos sobre a polêmica
propaganda na qual a campanha de Marta Suplicy (PT)
aborda a vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab (DEM),
questionando se ele é casado
e se tem filhos.
O levantamento realizado
pela reportagem não tem valor científico, mas revela certa
uniformidade de opinião entre os ouvidos. Ao todo, 25
pessoas falaram à Folha.
Os entrevistados foram
unânimes em dizer que o tema homossexualidade só veio
à tona após ouvirem comentários de conhecidos.
"Vi a propaganda, mas não
percebi nada", afirmou a costureira Ana Francisca Meira,
47 anos, eleitora de Marta que
aguardava ser atendida num
posto de saúde de Itaquera,
na zona leste.
O ambulante Vilmar Alves
da Silva, 43, do mesmo bairro,
diz ter dúvidas a respeito de
seu voto no segundo turno,
mas afirma que a vida pessoal
dos candidatos não interferirá. Questionado se percebeu
associação à homossexualidade na campanha do PT, afirmou: "Quando vi a propaganda não pensei nisso". Ele é evangélico e frequenta a igreja "Deus é Amor".
A algumas quadras do ponto do ambulante fica a "Igreja
Internacional da Graça de
Deus". Auxiliar do pastor do
local, Vitor Hugo Sartorelli,
22, diz não se interessar por
política. Eleitor de Kassab, ele
afirmou "ter ouvido um papo"
sobre a associação do prefeito
à homossexualidade. "Isso é
particular, não importa", diz.
Saindo de uma igreja em
Ipiranga, zona sul, a autônoma Nerivalda Pereira, 60,
afirmou que não se preocupa
com a vida privada dos candidatos. "Não interferiria no
meu voto. Eu não vou votar
nele, mas este aspecto não teria influência", disse.
"O que tem a ver falar do
outro? Isso é jogar sujo", diz a
costureira Silvana Coutinho,
de Perus, na zona norte.
A enfermeira Júlia Vieira,
60, de Pinheiros, achou a propaganda "um absurdo". "No
que ter filhos tem a ver com a
forma como exerço minha
profissão?"
A designer Lana Dantas, 48,
do Morumbi, diz que "o tiro
saiu pela culatra" para o PT.
"Isso aí não ganha voto. Eu
quero é saber o que ele vai fazer", disse Marcos Jeremias
Ferreira, 48, autônomo.
O vendedor Venâncio Tavares de Souza, de Cidade Dutra, afirmou que não tem
"preconceitos". "Ele já esteve
no poder três anos, será que
foi diferente dos outros por
ser solteiro?"
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