São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Eleitores dizem que vida privada dos candidatos não influencia o voto

DA REPORTAGEM LOCAL

A vida pessoal dos candidatos não interfere na hora do voto, segundo eleitores ouvidos pela Folha ontem em diversas regiões de São Paulo.
A reportagem foi às ruas nas zonas norte, sul, leste e oeste da cidade para ouvir paulistanos sobre a polêmica propaganda na qual a campanha de Marta Suplicy (PT) aborda a vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab (DEM), questionando se ele é casado e se tem filhos.
O levantamento realizado pela reportagem não tem valor científico, mas revela certa uniformidade de opinião entre os ouvidos. Ao todo, 25 pessoas falaram à Folha.
Os entrevistados foram unânimes em dizer que o tema homossexualidade só veio à tona após ouvirem comentários de conhecidos.
"Vi a propaganda, mas não percebi nada", afirmou a costureira Ana Francisca Meira, 47 anos, eleitora de Marta que aguardava ser atendida num posto de saúde de Itaquera, na zona leste.
O ambulante Vilmar Alves da Silva, 43, do mesmo bairro, diz ter dúvidas a respeito de seu voto no segundo turno, mas afirma que a vida pessoal dos candidatos não interferirá. Questionado se percebeu associação à homossexualidade na campanha do PT, afirmou: "Quando vi a propaganda não pensei nisso". Ele é evangélico e frequenta a igreja "Deus é Amor".
A algumas quadras do ponto do ambulante fica a "Igreja Internacional da Graça de Deus". Auxiliar do pastor do local, Vitor Hugo Sartorelli, 22, diz não se interessar por política. Eleitor de Kassab, ele afirmou "ter ouvido um papo" sobre a associação do prefeito à homossexualidade. "Isso é particular, não importa", diz.
Saindo de uma igreja em Ipiranga, zona sul, a autônoma Nerivalda Pereira, 60, afirmou que não se preocupa com a vida privada dos candidatos. "Não interferiria no meu voto. Eu não vou votar nele, mas este aspecto não teria influência", disse.
"O que tem a ver falar do outro? Isso é jogar sujo", diz a costureira Silvana Coutinho, de Perus, na zona norte.
A enfermeira Júlia Vieira, 60, de Pinheiros, achou a propaganda "um absurdo". "No que ter filhos tem a ver com a forma como exerço minha profissão?"
A designer Lana Dantas, 48, do Morumbi, diz que "o tiro saiu pela culatra" para o PT. "Isso aí não ganha voto. Eu quero é saber o que ele vai fazer", disse Marcos Jeremias Ferreira, 48, autônomo.
O vendedor Venâncio Tavares de Souza, de Cidade Dutra, afirmou que não tem "preconceitos". "Ele já esteve no poder três anos, será que foi diferente dos outros por ser solteiro?"


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