São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Tarde demais

O site Drudge Report postou no meio da tarde o enunciado "Not again!", de novo não.
O "New York Times", à noite, procurou explicar o "mergulho" de Wall Street pelos sinais de "desaceleração dramática" da economia americana. E o "Financial Times" justificou a "nova tempestade" pelas evidências cada vez maiores de que o resgate dos bancos ao redor do mundo "veio tarde demais para evitar uma profunda recessão global".
Por aqui, portais e sites noticiavam "a maior queda em dez anos" na Bovespa, com registro paralelo para "a maior em 21 anos" no índice Dow Jones. O UOL acalmava dizendo que, para analistas, "tombo foi só ajuste, não pânico". Na manchete da Reuters Brasil, início da noite, "Recessão apavora" ou, abrindo o texto, a economia americana "no caminho da recessão empurrou de volta ao desespero".

NA LINHA DE TIRO
Os papéis emergentes -e do Brasil em especial- encabeçaram o movimento ontem na Bolsa de Nova York, segundo os relatórios on-line do "Wall Street Journal". Tomaram a lista das principais quedas, com as ADRs de Vale, CSN, Gafisa, Unibanco, Gerdau, Petrobras, Gol, Bradesco, Itaú entre as 50 maiores, caindo mais de 20%.

TRÊS CONTRA OS RICOS
Em jornais da Índia e agências ocidentais, o que mais ecoou do encontro em Nova Déli, além da foto dos três líderes, foram as conclamações pela "reforma das finanças globais" e as recriminações aos "países ricos". No alto da busca de Brasil pelo Yahoo News, "Índia, Brasil e África do Sul atacam ricos", dizendo-se "vítimas da crise gerada" por EUA e Europa. Daí a urgência de "reformar" instituições como a ONU e a G8, para incluir os três.
Não demorou e o G8, dos "países ricos mais a Rússia", anunciou nova cúpula para novembro em Nova York. Gordon Brown, o primeiro-ministro britânico, saiu dizendo que precisa ser similar à conferência de Bretton Woods e "emergentes deveriam participar".

POR PETRÓLEO
A agência Press Trust of India, PTI, ressaltou que o país quer "maior acesso às reservas de petróleo do Brasil, para enfrentar sua demanda crescente". Companhias indianas como ONGC e BPCL já começaram a investir por aqui, inclusive em etanol.

POR URÂNIO
A agência indiana IANS e o jornal "The Hindu" focaram a questão nuclear, ressaltando que "Brasil e África do Sul estão prontos para vender urânio à Índia", aliás, com "apoio vigoroso", e que os dois também defenderam o acordo nuclear indo-americano.

NOVA ORDEM
chinadaily.com.cn
De sua parte, o estatal "China Daily" publicou o artigo "Nações emergentes querem uma nova ordem, mais justa", do chinês Wang Yusheng, citando "especialmente os Brics", que questionam o Consenso de Washington, cobram a "democratização das relações internacionais" e querem "liberdade na escolha de seus sistemas políticos"

FMI & DOHA
Gordon Brown, estrela da hora, apresentou propostas de "regulação e supervisão" mundial do sistema financeiro, com a "reconstrução do FMI para os propósitos da economia global", e voltou a pedir a retomada de Doha. Celso Amorim e o indiano Kamal Nath também, sublinhou a reportagem do "Financial Times", para destacar porém que "Suspeitas mútuas", principalmente entre EUA e Índia, "deixam Doha em suspenso".

"OS PRAZERES SECRETOS"
gawker.com
"Mr. Doom" em uma das festas

Anteontem na Bloomberg, o "Sr. Apocalipse" previu que os EUA vão enfrentar "a pior recessão em 40 anos".
Mas Nouriel Roubini, professor na New York University, tem outro lado. Foi o que deu o site Gawker, proclamando que "economistas são as novas celebridades", com eco no blog de Sérgio Dávila, no UOL. Diz que ele "é tudo menos amargo". Por prova, vasculha seu perfil no Facebook, ponto de reunião para "festas em seu loft no TriBeCa", "performances" etc.

ESPETÁCULO
video.globo.com
Há dias na televisão, o seqüestrador de Santo André decidiu entrar ao vivo com Sonia Abrão na Rede TV!, depois "SP Record", "SPTV"


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@ - Nelson de Sá



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