|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Yeda se diz "traída" após pacote fiscal ser barrado
"Tenho que refazer a base aliada", afirma governadora
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), disse ontem ter se sentido "traída" pelos deputados
da base aliada que, anteontem,
votaram contra o pacote de
projetos que previa aumento
de impostos. Ela afirmou considerar "inaceitável" o comportamento de parlamentares dos
partidos PP, PTB, PMDB e
DEM, que se aliaram à oposição
liderada pelo PT.
Yeda foi derrotada por 34 votos a 0 (16 de deputados que integram a base aliada) na votação do projeto de elevação do
ICMS. A Assembléia é formada
por 55 deputados.
"O nome do que aconteceu
pode ser traição. A Assembléia
teve maioria [para rejeitar o pacote] com os votos de partidos
que estão no dia-a-dia do governo e que se somaram a uma
oposição radical", disse ela.
Yeda reunirá hoje o secretariado para avaliar a adoção de
medidas para amenizar a situação financeira. Parte dos salários dos servidores vem sendo
paga com atraso e o governo diz
não ter recursos para o 13º.
"Haverá cortes, sim, e haverá
dor. Os últimos acontecimentos me colocaram uma pulga na
camisola. Já estou parcelando
os salários e quero ver o que
vou fazer daqui para a frente."
Entre as ações estudadas pelo governo, estão o corte de créditos presumidos e de incentivos fiscais a empresas.
A relação com os partidos
aliados, estremecida após a
derrota do pacote fiscal, será
revista. Há a possibilidade de
algumas legendas entregarem
cargos que ocupam no governo,
migrando para a oposição.
Dos nove deputados do PP,
oito votaram contra o aumento
do ICMS. O partido tem quatro
secretarias. Entre a noite de
quarta-feira e ontem, dois secretários colocaram seus cargos à disposição, mas Yeda não
aceitou ainda as demissões.
"Tenho que refazer a base
aliada, não tenho dúvida. Como
vou fazer, tenho que consultar
minha consciência e as pessoas
que me cercam, até decidir de
que maneira", disse.
O presidente estadual do PP,
Jerônimo Göergen, reunirá a
executiva na segunda para decidir pela saída ou não do governo. "Pessoalmente, acho
que não há mais condições de
ficarmos, por questão de coerência. Não demos ao governo o
que ele queria. Mas vou reunir
o partido porque esta é uma
opinião pessoal e sei que muitos não concordam com ela."
PTB e PMDB também farão
reuniões para discutir a permanência no governo.
Yeda fez críticas ao vice-governador, Paulo Afonso Feijó
(DEM), que atuou pela derrota
dos projetos. "O vice eu não sei
como pensa, nem me interessa.
Ele não se comporta como uma
pessoa que tem função pública
e institucional", disse a tucana.
Texto Anterior: [!] Foco: Lula promete ajudar UNE a reconstruir sede no Rio com projeto de Niemeyer Próximo Texto: Após elogio, Chávez pede aplausos a Lula Índice
|