São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000

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CONGRESSO

A quase um mês das eleições nenhum partido lançou candidato

Senado tem quadro indefinido



DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A quase um mês da eleição do novo presidente do Senado, é arriscado apostar em qualquer vencedor. Oficialmente não há nem candidatos, ao contrário da Câmara, onde quatro deputados disputam a Mesa em clima de campanha, com direito a faixas, cartazes e ostensivo corpo-a-corpo.
O único senador que assume disputar, mas ainda não foi formalmente lançado é o presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), que sustenta sua candidatura apesar do bombardeio do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Com suas constantes denúncias tentando envolver Jader em casos de corrupção ocorridos na Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ACM tem conseguido criar embaraços à candidatura de Jader.
Os senadores dizem que o problema não está nas denúncias, já que não há provas da responsabilidade de Jader pelas irregularidades. Eles admitem que foi criado um clima que praticamente inviabiliza Jader como presidente.
O peemedebista tem afirmado que é uma questão de honra levar sua candidatura até o fim, mas não ignora as dificuldades. Na semana passada cancelou a reunião da bancada marcada para eleger o candidato. E enviou a gabinetes de senadores peemedebistas um relatório se defendendo.
O PMDB vive um conflito. Por um lado, os senadores não aceitam vetos a seu presidente e quanto mais ACM ataca mais eles se sentem coagidos a defender Jader.
Por outro lado, temem uma derrota de Jader, já que a votação é secreta. Demonstram também o receio de que Jader seja eleito, mas entre num fogo cruzado de ataques que pode durar os dois anos do seu mandato.
Um grupo de pelo menos sete senadores do PSDB se recusa a votar em Jader, apesar do acordo para apoiar o candidato do PMDB no Senado em troca de apoio para o líder tucano na Câmara, Aécio Neves (MG).
O líder do PFL, Hugo Napoleão (PI), articula com senadores de todos os partidos -inclusive do PMDB - uma solução que preserve Jader. Na próxima terça, Napoleão tem reunião com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), e o vice-presidente, Marco Maciel. A alternativa José Sarney (PMDB-AP) é apontada como a mais ""palatável", mas enfrenta resistência dentro do PMDB, já que ele foi lançado por ACM.


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