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MISÉRIA
Programa beneficia índios, sem-terra e pescadores desempregados
Governo de MS distribui 12 mil cestas básicas
CELSO BEJARANO JR.
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O governo de Mato Grosso do
Sul vai distribuir a partir de hoje
12 mil cestas básicas famílias carentes. O programa vai beneficiar
os sem-terra acampados no Estado, os índios que vivem em áreas
retomadas ou de conflitos e os
pescadores que ficam desempregados durante o período da piracema (época de desova dos peixes, que dura até quatro meses).
As cestas saíram ontem de
Campo Grande, a capital, em 25
caminhões, com destino aos demais municípios do Estado.
A distribuição de alimentos faz
parte do Programa de Segurança
Alimentar, o braço forte do Plano
de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, lançado pelo governo
petista na metade deste ano. O
projeto tem um custo mensal de
R$ 1,2 milhão e já ampara 23 mil
famílias pobres.
Embora o programa tenha como principal meta reduzir ao máximo o número de carentes desamparados, o plano petista ainda
não atingiu o grosso da camada
populacional que vive abaixo da
linha de pobreza.
Pobreza
De acordo com o governo do
Estado, 115 mil famílias (460 mil
pessoas) no Mato Grosso do Sul
têm como renda apenas meio salário mínimo, enquanto outras
24.805 pessoas não têm rendimento algum.
Os dados foram coletados pelo
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão subordinado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Maria José de Souza Lanzetti,
que coordena o setor de Planejamento da Secretaria de Assistência Social, disse que o governo
precisa "investir em programas
para combater a pobreza estrutural e alavancar o desenvolvimento, como educação, reforma agrária e programas de geração de
emprego e renda".
Lanzetti classificou a distribuição de alimentos como uma "medida compensatória", mas afirmou que essa política é necessária, pois "uma vez que as populações mais vulneráveis estão passando fome hoje, não podem esperar que haja um desenvolvimento social justo".
Renda Mínima
Outra alternativa de combate à
pobreza adotada pelo governo,
segundo Lanzetti, é o Programa
de Renda Mínima, plano que
atende as famílias carentes que
possuem em casa um integrante
contaminado pelo vírus HIV, um
idoso ou um deficiente.
Esse plano ampara 623 famílias,
mas a administração do Mato
Grosso do Sul pretende atingir
5.000 famílias que vivem nessas
condições. O Renda Mínima distribui meio salário mínimo.
O plano de combate à miséria
surgiu a partir da criação do FIS
(Fundo de Investimento Social).
Com esse projeto, o governo do
Estado arrecada todos meses R$
4.800,00.
Os recursos são investidos em
reforma agrária, Bolsa-Escola,
Renda Mínima e, agora, na compra de cestas básicas. O dinheiro é
captado do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias).
Em vez de o contribuinte pagar
o imposto ao Estado, ele tem a opção de destinar esse dinheiro ao
FIS, programa que deve arrecadar
R$ 60 milhões no ano que vem,
segundo as projeções da administração petista.
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