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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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Carta de Lula anunciou "mudança de rota" e "salto" do PT, diz ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) disse ontem que os parlamentares expulsos do partido não entenderam o "salto de qualidade" do PT, dado, segundo ele, na campanha eleitoral que conduziu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, no ano passado.
"Foi uma decisão correta", disse, referindo-se à expulsão da senadora Heloísa Helena (AL) e dos deputados Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE).
Gushiken afirmou que Lula sinalizou publicamente os novos rumos do PT quando, em sua campanha, assinou a "Carta ao Povo Brasileiro", de junho de 2002, em que se comprometeu a honrar os contratos do país.
"Naquele momento foi feita uma sinalização pública sobre a mudança de rota que o presidente faria caso fosse eleito."
Segundo Gushiken, há pessoas no PT que não entenderam a necessidade de mudar. É o caso, segundo ele, dos chamados radicais, que votaram contra a orientação da bancada no Congresso.
Para o ministro, esse descompasso é considerado comum. "Isso ocorre com muita frequência em processos dinâmicos, quando saltos de qualidade são rápidos e as pessoas não estão acompanhando os acontecimentos no mesmo ritmo."
Gushiken disse que o presidente do partido, José Genoino, trabalhou para mediar as divergências entre os radicais e o PT. "Houve tentativas de mediação por parte da direção do partido e isso me pareceu uma postura correta."
Para Gushiken, os quatro congressistas expulsos "mantiveram uma posição de rebeldia sem nenhum tipo de arrependimento ou de flexibilização de atitude".

Marina Silva
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) -que integra o Diretório Nacional, mas não participou da expulsão dos parlamentares- afirmou que não compareceu a nenhuma das três reuniões feitas pelo partido neste ano para deixar o PT "mais livre" para fazer críticas ao governo.
"Não foi um procedimento adotado para esse assunto [a expulsão], mas para todas as reuniões do diretório."
No entanto, Marina disse que, por ser muito amiga de Heloísa Helena, a quem trata como "quase irmã", não teria comparecido de qualquer maneira à reunião. "Eu procuraria uma forma de não ter que participar dessa votação."
(GABRIELA ATHIAS)


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