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REFORMA TRIBUTÁRIA
Ministro não aceita aumento do FPM
Palocci veta acordo que ampliava repasses federais para municípios
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A área econômica do governo
federal barrou ontem o acordo
feito entre partidos da Câmara
dos Deputados para aprovar o aumento dos repasses federais para
os municípios. A ação frustrou
prefeitos que faziam pressão sobre os deputados, em Brasília, e
levou governo e oposição a trocar
acusações sobre a questão.
O aumento do Fundo de Participação dos Municípios é uma
medida prevista na reforma tributária, parcialmente votada em
2003. Os prefeitos queriam a
aprovação apenas desse ponto, o
que permitiria um aporte extra de
R$ 1,2 bilhão no ano que vem.
Na noite de anteontem, governistas e oposicionistas no Congresso diziam que o acordo estava
fechado e, portanto, o fundo passaria a contar com 23,5% da arrecadação do Imposto de Renda e
do Imposto sobre Produtos Industrializados, e não mais 22,5%.
Ontem, porém, a proposta naufragou. O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) não aceitou
a aprovação isolada da medida,
afirmando à liderança do governo
na Câmara que só aceitaria caso
todo o restante da reforma tributária fosse aprovado, o que seria
impossível, já que não há consenso sobre os outros pontos.
"Vários municípios não conseguem fechar as contas. Grande
parte dos prefeitos, principalmente do Nordeste, não conseguirão pagar o novo salário mínimo. A sensação que tenho é a de
que nadamos e morremos na
praia", afirmou a prefeita de Maceió, Kátia Born (PSB), presidente
da Frente Nacional de Prefeitos.
Após o naufrágio da intenção de
votação, deputados da oposição
falaram em quebra da palavra por
parte do governo. "Aqui não se
faz acordo por escrito, acordo
aqui é na palavra. Quebrar isso é
grave, mostra que teremos um
fim de ano melancólico", afirmou
Pauderney Avelino (PFL-AM). O
deputado Professor Luizinho
(PT-SP), líder do PT na Casa, disse ter deixado claro que o acordo
dependia do aval do Planalto.
A falta de acordo também não
permitiu a votação ontem da indicação do senador Luiz Otávio
(PMDB-PA) para ocupar uma vaga de ministro do TCU (Tribunal
de Contas da União).
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