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MÍDIA
Folha, Estado e Veja criticam estrutura de premiação
Reportagem sobre patrimônio de deputados do Rio vence Prêmio Esso
DA REPORTAGEM LOCAL
A série de reportagens "Bastidores do Poder - Os Homens de
Bens da Alerj", do jornal "O Globo", foi escolhida a vencedora do
Prêmio Esso de Jornalismo deste
ano, em cerimônia realizada anteontem à noite, no Rio.
Assinada pelos repórteres Angelina Nunes, Alan Gripp, Carla
Rocha, Dimmi Amora, Flávio
Pessoa, Luiz Ernesto Magalhães e
Maiá Menezes, a série apresentava a variação patrimonial de 70
dos 113 parlamentares que ocuparam cadeiras na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro entre 1996 e 2001. Desses, 17
tiveram aumento do valor dos
bens superior a possíveis investimentos no mercado no período.
Critérios
Em carta enviada na última sexta-feira à empresa Esso Brasileira
de Petróleo e à RP Consultoria em
Comunicação, responsáveis pela
organização do Prêmio Esso de
Jornalismo, os diretores de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e
de "O Estado de S.Paulo", Sandro
Vaia, criticaram a composição do
corpo de jurados e afirmaram que
a estrutura atual do prêmio
"conspira contra a análise do mérito jornalístico dos trabalhos".
Segundo a carta, "a composição
do corpo de jurados não é representativa do mercado editorial do
país e tende a favorecer determinados grupos de mídia".
"Existe a percepção, em São
Paulo e em outros centros importantes do país, de que a premiação
está demasiado sujeita às pressões
da mídia estabelecida no Rio",
disse ontem Otavio Frias Filho.
Sandro Vaia também aponta
problemas na escolha dos premiados. "Temos informações reiteradas sobre a existência de sistemas viciados de votação, que acabam provocando resultados distorcidos. Pessoalmente fiz esse
alerta aos organizadores do prêmio já no ano passado. Como o
sistema permaneceu o mesmo,
optamos por esse pedido de mudança de critérios, para que seja
restabelecido o equilíbrio entre a
mídia de todas as regiões do país",
ele disse.
Para o diretor de Redação da revista "Veja" -que não participa
do Prêmio Esso-, Eurípedes Alcântara, trata-se de uma premiação "que não acrescenta nada ao
trabalho jornalístico dos nossos
repórteres". "Justamente pela fraqueza do júri, pela fraqueza dos
critérios, pela falta de transparência dos critérios", diz.
"A Veja não participa do Prêmio Esso, em particular, por problemas muito específicos de falta
de credibilidade. Dos outros prêmios, a gente vê caso a caso."
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