|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aécio sofre poucas resistências para administrar Minas
Tendo até petista como aliado, tal o prefeito de Belo Horizonte, governo tucano enfrenta na oposição dez entre os 77 deputados
Nem o envolvimento de nomes do secretariado na apuração do valerioduto arranhou imagem de Aécio, que tem 76% de aprovação
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Possível candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) encontra poucas
resistências para governar Minas Gerais. Até mesmo dentro
do principal partido de oposição, o PT, ele tem aliados -caso
do prefeito de Belo Horizonte,
Fernando Pimentel, com quem
promove uma dobradinha administrativa.
Sobra a apenas dez deputados fazer oposição ao governador na Assembléia Legislativa.
Um deles é do PC do B. Os outros são da bancada do PT. A
Casa tem 77 parlamentares.
De resto, a maior parte dos
demais partidos contribui para
alimentar o marketing político
do presidenciável, que é o governador mais bem avaliado
entre os dez pesquisados pelo
Datafolha. No semestre passado, foram várias inserções partidárias usadas para enaltecer a
gestão do tucano. O PDT, por
exemplo, falou da educação; o
PP, do desenvolvimento; e o
PTB, dos investimentos.
O programa do PPS rendeu
até uma representação do PT
na Justiça Eleitoral por "desvio
de finalidade na propaganda
partidária". Mas o PT perdeu.
Nem mesmo o escândalo do
valerioduto (referente à campanha do PSDB mineiro de
1998), que envolveu nomes de
seu secretariado, conseguiu arranhar a imagem de Aécio.
Segundo a pesquisa Datafolha, ele é aprovado por 76% dos
mineiros, que consideram sua
gestão ótima ou boa; 16% a consideram apenas regular; 5%,
ruim ou péssima.
Em março deste ano, o índice
dos que aprovavam o governo
de Aécio era de 71%, e, em julho
de 2006, ele estava em 69%.
Líder do PT no Legislativo,
Elisa Costa diz que o governo
Aécio está caracterizado pela
forte relação com os empresários, o que leva o Estado a "desonerar o capital" na forma de
incentivos e renúncias fiscais;
no "controle forte da notícia, o
que dificulta o contraditório"; e
no "marketing muito forte".
Segundo ela, um problema
que o governo nunca resolveu
foi a pouca aplicação de recursos em assistência social e na
saúde. Diz que o propalado
choque de gestão se deu muito
mais com aumento da receita
de impostos do que propriamente com cortes de gastos, como apregoa o governo.
De positivo, ela aponta o fato
de o Estado ter se aproveitado
da melhoria da economia do
país para aumentar a receita, o
programa que interliga por asfalto mais de 200 municípios e
o planejamento com os projetos estruturadores.
Já o sindicalismo reclama
que o choque de gestão "retirou
direitos" dos servidores. "Há
uma visão mais empresarial do
Estado que social", diz Renato
Barros, um dos líderes do sindicalismo público estadual.
Na quinta-feira, Aécio fez um
balanço dos cinco anos do governo. O choque de gestão e o
equilíbrio fiscal foram as medidas que, segundo o tucano, permitiram ao Estado planejar
melhor para poder "investir
mais nas pessoas".
Ele destacou o valor dos investimentos com recursos do
Tesouro estadual em 2008:
R$ 4,8 bilhões -em 2003 havia
déficit de R$ 2,4 bilhões. Neste
ano, a maior obra em valor foi a
do centro administrativo do
Estado -quase R$ 1 bilhão.
Texto Anterior: Metodologia: Margem de erro da pesquisa varia com o Estado Próximo Texto: Tucana se tornou alvo no RS da classe média, do funcionalismo e do Judiciário Índice
|