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PT elege hoje presidente sem maioria
Vencedor terá de buscar composição com seus adversários para controlar o Diretório e a Executiva nacionais da sigla
Romênio Pereira, secretário de Organização do partido,
afirma que "essa eleição comprovou que o antigo
Campo Majoritário acabou"
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro presidente do PT, a
ser escolhido hoje no segundo
turno do PED (processo de
eleição direta) do partido, terá
de buscar uma composição
com seus adversários para controlar o Diretório e a Executiva
nacionais da sigla.
Na prática, nem Ricardo Berzoini, atual presidente, nem Jilmar Tatto, os dois candidatos,
poderão repetir a hegemonia
do período em que o ex-ministro José Dirceu, apoiado no extinto Campo Majoritário, controlava com mão-de-ferro o PT.
A composição de forças do
novo diretório, feita com base
na votação das chapas no primeiro turno, dia 2 deste mês,
mostra que a corrente de Berzoni, a CNB (Construindo um
Novo Brasil) terá 34 assentos
entre os 81 disponíveis.
Das 18 vagas da Executiva, a
CNB ficou com 8. O grupo de
apoio a Tatto, formado por três
correntes, terá 16 representantes no Diretório e 4 na nova
Executiva Nacional.
"O presidente que vencer o
segundo turno não terá maioria
no partido. Essa eleição comprovou que o antigo Campo
Majoritário acabou de vez",
afirma Romênio Pereira, secretário de Organização do PT.
Berzoini é favorito para a
eleição de hoje, principalmente
após ter recebido declarações
públicas de apoio de Lula e do
ministro Tarso Genro (Justiça), nome mais importante do
grupo Mensagem ao Partido,
que ficou em terceiro lugar no
primeiro turno -vencido pelo
atual presidente.
Apoiadores dos dois candidatos chegaram a ensaiar uma
aproximação que poderia reeditar o Campo Majoritário, mas
a proposta foi rechaçada por
Berzoini e Tatto.
As principais divergências
dos candidatos diz respeito à
condução do partido rumo às
eleições de 2010. Berzoini promete trabalhar pela construção
de um nome petista para a sucessão de Lula, mas, se ele não
se viabilizar, deve obedecer ao
Planalto e apoiar um candidato
da atual coalização governista.
Tatto, que conquistou o
apoio no segundo turno de Valter Pomar, quarto colocado na
fase inicial, é defensor de um
candidato próprio do PT qualquer que seja o cenário.
Processos
Os dois candidatos são ou foram alvos de investigações da
polícia ou do Ministério Público Estadual por supostos crimes.
Contra Tatto são pelo menos
21 procedimentos investigatórios abertos pela Promotoria da
Cidadania. Os delitos que estão
sendo investigados se referem
ao período que o petista ocupou o cargo de secretário municipal na administração de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.
Segundo a Procuradoria, são
irregularidades na contratação
de empresas que atuam no ramo de transporte de passageiros ou na prestação de serviços
de manutenção do sistema de
drenagem e escoamento de
água. As denúncias contra ele
foram feitas por representantes da administração de tucano-pefelista que sucedeu Marta na prefeitura da capital.
Berzoini, por sua vez, enfrenta processos que envolvem parte de seus aliados. A Promotoria investiga a Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários, por formação de quadrilha
e estelionato. O dirigente da entidade, João Vaccari Neto é filiado ao PT e afilhado político
do atual presidente do PT.
Contra o atual presidente do
PT, pesa ainda o dossiê contra o
PSDB, produzido na campanha
eleitoral de 2006. O caso foi enviado ao Supremo e ainda não
foi concluído. A Polícia Federal
chegou a investigar se Berzoini
possuía alguma ligação com o
caso.
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