São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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PAINEL

Pé-de-meia

Ao final da convocação extraordinária, incluindo as seis já realizadas na gestão FHC, os gastos com os salários extras dos parlamentares vão somar cerca de R$ 65 mi. Quantia suficiente para construir habitações populares para 3.600 famílias. O parlamentar com frequência em 2/3 das sessões terá R$ 112 mil a mais no bolso.

Agilidade burocrática

Após dois meses da quebra do sigilo bancário de Badan Palhares, nenhuma informação foi enviada à CPI do Narcotráfico sobre as contas do legista. Em novembro, FHC prometeu aplicar medidas para exigir mais agilidade dos bancos. O Banco Central deve ser acionado.


Turma da pesada

Com a saída do governador Itamar do PMDB, Newton Cardoso está reinando só na seção mineira. O partido está ficando cada vez mais com a sua cara. ""Sou o último dos moicanos", tem afirmado em reuniões.

Audiência oficial
Andrea Matarazzo (Comunicação Social) contabiliza 2 milhões de acessos mensais à pagina eletrônica da Agência Brasil, que fornece notícias do governo. O programa radiofônico "Voz do Brasil" tem uma audiência de 13 milhões de pessoas, segundo o ministro.

Gastando saliva
Fernando Bezerra (Integração Nacional) se reúne na semana que vem com a bancada alagoana da Câmara e do Senado para discutir o projeto de transposição do rio São Francisco. O senador Renan Calheiros (PMDB) está antecipando sua posição contrária ao projeto, defendido por FHC.

Contrapeso

Aloizio Mercadante deve ser o novo líder do PT na Câmara, no lugar de Genoino. Nos bastidores, a direção nacional argumenta que Walter Pinheiro, que também disputa a indicação, tem um perfil "barulhento", parecido com o de Heloísa Helena, nova líder no Senado. Avalia ser preciso "equilibrar".

Fundo parado
O PSDB só coloca em votação no Senado a criação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação quando tiver um sinal positivo de Jader (PMDB). O peemedebista está contra o Fust, pois ele deixa R$ 1 bilhão por ano sob o controle do Ministério das Comunicações, atualmente pilotado pelo tucano Pimenta da Veiga.

Fim da fila

Emerson Kapaz e Mangabeira Unger vão disputar em prévia no dia 20 de fevereiro quem será o pré-candidato do PPS à sucessão de Celso Pitta. A sigla vai realizar no início do mês debates entre o deputado e o filósofo nos diretórios de São Paulo.

Mais barulho

O PSB está apimentando um pouco mais a divisão das siglas de esquerda em torno da eleição para a Prefeitura do Rio. Miguel Arraes lançou Alexandre Cardoso para a sucessão de Luiz Paulo Conde. Detalhe: Cardoso é secretário do Meio Ambiente de Garotinho.

500 anos na mesma

Cerca de 600 índios foram expulsos por fazendeiros armados da aldeia Potrero Guasu, em Paranhos (MS). Há pelo menos um índio desaparecido. O risco de novos confrontos, segundo o Conselho Indigenista Missionário, é bem grande.

Mercado livre

De Grenivel Moura, secretário-executivo da Associação Municipalista do Brasil, sobre a aprovação da Desvinculação de Receita da União: "O deputado que votou a favor não tem moral para pedir votos nas cidades. A DRU foi aprovada pelos fisiológicos, que trocaram votos por verbas do Orçamento".

Caminho próprio

Parecer de Vicente Arruda (PSDB-CE) vincula o salário dos juízes estaduais aos do STF (Supremo Tribunal Federal). A proposta inicial do Executivo sujeita aos vencimentos dos governadores. O Planalto não concorda com a mudança.

TIROTEIO

De Luiz Salomão (PDT-RJ), sobre a convocação extraordinária, na qual cada parlamentar vai receber R$ 16 mil, além do salário de R$ 8 mil:
- A convocação extraordinária nada mais é do que a forma de o Executivo subornar a sua base para votar projetos que dificilmente seriam aprovados durante os trabalhos normais.

CONTRAPONTO

Delicadeza é meu forte
Membro do conselho de administração da hidrelétrica de Itaipu em 76, Antonio Carlos Magalhães foi ao enterro do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que havia sido cassado pelo regime militar.
A presença de ACM no enterro contrariou o ministro da Casa Civil do governo Geisel, Golbery do Couto e Silva, que expôs sua irritação ao então chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações), general João Figueiredo.
- ACM é nosso aliado e não poderia ter comparecido ao enterro de JK. Isso é provocação - teria reclamado Golbery.
Indignado, Figueiredo (que se tornaria presidente da República em 79 e romperia com o político baiano em 85) decidiu repassar a queixa da Casa Civil ao ex-governador da Bahia.
Após ouvir os argumentos de Golbery, ACM teria dito a Figueiredo, em tom ríspido:
- Fui ao enterro dele e vou ao seu.
Figueiredo morreu no ano passado, mas ACM não compareceu ao enterro do general.


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