São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corpos serão exumados no Acre

da Sucursal de Brasília

Os corpos do mecânico Agilson dos Santos Firmino, o Baiano, e de seu filho, Uilder Oliveira Firmino, serão exumados entre hoje e quarta-feira.
Os dois teriam sido assassinados por vingança da família do ex-deputado Hildebrando Pascoal, em Rio Branco, no Acre, em julho de 1996.
A exumação foi requerida pelo juiz Marco Antônio Nunes Barbosa, da Vara de Execuções Criminais de Rio Branco. Ele quer tirar dúvidas sobre a posição e a quantidade de balas que resultaram nas mortes dos dois e que tipo de objeto teria sido utilizado para amputar parte dos antebraços e das pernas de Baiano: se motosserra, como se acredita, ou um facão, como dizem algumas testemunhas.
A Folha noticiou, em novembro do ano passado, que o laudo da morte de Baiano preparado pelo IML de Rio Branco não identificou o objeto utilizado na amputação. Também não identificava que armas foram utilizadas na sua execução -ele recebeu pelo menos cinco tiros.
O Ministério Público do Acre encontrou contradições no depoimento de testemunhas e de acusados, que vão desde o tipo de armas até o objeto usado na amputação.
A exumação será feita por peritos do Laboratório de Antropologia Forense do Instituto de Medicina Legal de Brasília. É a mesma equipe que fez ano passado a exumação do corpo de José Hugo Alves Filho, também vítima do suposto esquadrão da morte liderado por Hildebrando.
No caso de Uilder, a Justiça quer tirar dúvidas quanto à causa de sua morte. O laudo inicial aponta insuficiência respiratória, secção da medula espinhal e fratura da coluna cervical.
Há um depoimento que indica, no entanto, que ele foi morto por um tiro. Na época, por causa do estado de decomposição do corpo, não foi possível ao IML acreano identificar esse tiro.
Também será exumado o corpo do traficante Francisco Alves Teixeira, o Esquilo. Ela será feita para descobrir quantos tiros foram disparados contra ele e qual foi o tipo da arma utilizada, a fim de identificar a autoria dos disparos.
Hildebrando é peça central nas investigações da CPI do Narcotráfico. Ele foi preso no ano passado, após ter sido cassado por falta de decoro parlamentar. Seu suplente também foi investigado por suposto envolvimento em crimes.
Hildebrando nega as acusações. Coronel da reserva da Polícia Militar acreana, ele poderá ter de devolver dinheiro à corporação por supostas promoções fraudulentas no período em que estava na ativa -irregularidade que ele também nega.
(WILLIAM FRANÇA)

Texto Anterior: Droga vira foco de tensão com Brasil
Próximo Texto: Polícia apreende 3 t de maconha no RJ
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.