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Corpos serão exumados no Acre
da Sucursal de Brasília
Os corpos do mecânico Agilson
dos Santos Firmino, o Baiano, e
de seu filho, Uilder Oliveira Firmino, serão exumados entre hoje
e quarta-feira.
Os dois teriam sido assassinados por vingança da família do
ex-deputado Hildebrando Pascoal, em Rio Branco, no Acre, em
julho de 1996.
A exumação foi requerida pelo
juiz Marco Antônio Nunes Barbosa, da Vara de Execuções Criminais de Rio Branco. Ele quer tirar dúvidas sobre a posição e a
quantidade de balas que resultaram nas mortes dos dois e que tipo de objeto teria sido utilizado
para amputar parte dos antebraços e das pernas de Baiano: se motosserra, como se acredita, ou um
facão, como dizem algumas testemunhas.
A Folha noticiou, em novembro
do ano passado, que o laudo da
morte de Baiano preparado pelo
IML de Rio Branco não identificou o objeto utilizado na amputação. Também não identificava
que armas foram utilizadas na sua
execução -ele recebeu pelo menos cinco tiros.
O Ministério Público do Acre
encontrou contradições no depoimento de testemunhas e de
acusados, que vão desde o tipo de
armas até o objeto usado na amputação.
A exumação será feita por peritos do Laboratório de Antropologia Forense do Instituto de Medicina Legal de Brasília. É a mesma
equipe que fez ano passado a exumação do corpo de José Hugo Alves Filho, também vítima do suposto esquadrão da morte liderado por Hildebrando.
No caso de Uilder, a Justiça quer
tirar dúvidas quanto à causa de
sua morte. O laudo inicial aponta
insuficiência respiratória, secção
da medula espinhal e fratura da
coluna cervical.
Há um depoimento que indica,
no entanto, que ele foi morto por
um tiro. Na época, por causa do
estado de decomposição do corpo, não foi possível ao IML acreano identificar esse tiro.
Também será exumado o corpo
do traficante Francisco Alves Teixeira, o Esquilo. Ela será feita para
descobrir quantos tiros foram
disparados contra ele e qual foi o
tipo da arma utilizada, a fim de
identificar a autoria dos disparos.
Hildebrando é peça central nas
investigações da CPI do Narcotráfico. Ele foi preso no ano passado,
após ter sido cassado por falta de
decoro parlamentar. Seu suplente
também foi investigado por suposto envolvimento em crimes.
Hildebrando nega as acusações.
Coronel da reserva da Polícia Militar acreana, ele poderá ter de devolver dinheiro à corporação por
supostas promoções fraudulentas
no período em que estava na ativa
-irregularidade que ele também
nega.
(WILLIAM FRANÇA)
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