São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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DANÇA DOS MINISTROS

Mercadante, Tarso, Berzoini e Patrus são os cotados a comandar a nova pasta da área social

Lula deve dar "superministério" a petista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha com quatro nomes petistas para chefiar um "superministério" da área social, cujo nome em estudo é Desenvolvimento Social. Era tida como difícil na cúpula do governo e no PT a mudança de Ciro Gomes (PPS) da Integração Nacional para esse novo posto. Lula deve bater o martelo até a próxima terça-feira.
Até ontem os mais cotados eram o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), e o ministro Tarso Genro (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas estão sob análise os nomes do deputado federal Patrus Ananias (MG), ex-prefeito de Belo Horizonte, e do ministro Ricardo Berzoini (Previdência).
Mercadante é visto como opção de maior impacto para a área. Mas Lula avalia que ele é o melhor nome do partido no Congresso e que, no Senado, seria difícil encontrar um substituto que pudesse tratar com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que teria uma pista livre demais no Senado para cuidar dos interesses do governo, caso Mercadante seja o escolhido.
Já Tarso Genro contaria com a simpatia do ministro da Casa Civil, José Dirceu. Na campanha eleitoral de 2002, Dirceu defendeu a indicação de Tarso para coordenador do programa de governo. O então deputado José Genoino, hoje presidente do PT, chegou a pedir a Tarso que desistisse de disputar uma prévia pela candidatura petista ao governo gaúcho contra Olívio Dutra, a fim de integrar a campanha de Lula.
Tarso resistiu (depois perdeu a eleição para o peemedebista Germano Rigotto), e o prefeito de Santo André, Celso Daniel, bancado por Lula, virou coordenador. Quando Daniel foi morto, Antonio Palocci, hoje ministro da Fazenda, ocupou a vaga.
Tarso é tido no PT como crítico do que ele chama de "ortodoxia monetária", política que ele crê estar sendo aplicada pela equipe de Palocci. Sua nomeação alimentaria a ala petista que cobra inflexões na política econômica. Mas Tarso nega ter informações sobre sua ida para o cargo.
"Eu não tenho cara de superministro. Sou um ministro médio", disse ontem, em São Paulo, onde esteve para se encontrar com o presidente da Bolsa de São Paulo, Raymundo Magliano Filho.
Anteontem, Genro esteve reunido com Lula das 16h até quase meia-noite.
"Eu e outros ministros e secretários apresentamos o trabalho para este ano, e nada relativo a isso [sua possível escolha para o superministério] foi tratado."

Patrus e Berzoini
Patrus, um ex-prefeito como Tarso, também é lembrado para o posto pela experiência administrativa e o perfil conciliador.
Mas teve um primeiro ano de deputado federal apagado. Ele se sentiu excluído do poder pela cúpula petista no Congresso. Há ainda negociação para que Patrus presida a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
O ministro Berzoini é um caso de político tido como bom administrador que incorreu num erro grave para virar ministro da área social: o episódio em que atuou duramente para tentar recadastrar aposentados com mais de 90 anos desgastou sua imagem.
Apesar disso, por ter conduzido com sucesso a reforma da Previdência, há defensores no governo do seu deslocamento para a área social, liberando sua vaga para composição com o PMDB. Os peemedebistas cotados para a vaga são os senadores Garibaldi Alves (RN) e Maguito Vilela (GO).


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