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DANÇA DOS MINISTROS
Mercadante, Tarso, Berzoini e Patrus são os cotados a comandar a nova pasta da área social
Lula deve dar "superministério" a petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva trabalha com quatro nomes petistas para chefiar um "superministério" da área social, cujo
nome em estudo é Desenvolvimento Social. Era tida como difícil na cúpula do governo e no PT a
mudança de Ciro Gomes (PPS) da
Integração Nacional para esse novo posto. Lula deve bater o martelo até a próxima terça-feira.
Até ontem os mais cotados
eram o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), e o
ministro Tarso Genro (Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social). Mas estão sob análise os
nomes do deputado federal Patrus Ananias (MG), ex-prefeito de
Belo Horizonte, e do ministro Ricardo Berzoini (Previdência).
Mercadante é visto como opção
de maior impacto para a área.
Mas Lula avalia que ele é o melhor
nome do partido no Congresso e
que, no Senado, seria difícil encontrar um substituto que pudesse tratar com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que
teria uma pista livre demais no Senado para cuidar dos interesses
do governo, caso Mercadante seja
o escolhido.
Já Tarso Genro contaria com a
simpatia do ministro da Casa Civil, José Dirceu. Na campanha
eleitoral de 2002, Dirceu defendeu
a indicação de Tarso para coordenador do programa de governo.
O então deputado José Genoino,
hoje presidente do PT, chegou a
pedir a Tarso que desistisse de
disputar uma prévia pela candidatura petista ao governo gaúcho
contra Olívio Dutra, a fim de integrar a campanha de Lula.
Tarso resistiu (depois perdeu a
eleição para o peemedebista Germano Rigotto), e o prefeito de
Santo André, Celso Daniel, bancado por Lula, virou coordenador. Quando Daniel foi morto,
Antonio Palocci, hoje ministro da
Fazenda, ocupou a vaga.
Tarso é tido no PT como crítico
do que ele chama de "ortodoxia
monetária", política que ele crê
estar sendo aplicada pela equipe
de Palocci. Sua nomeação alimentaria a ala petista que cobra inflexões na política econômica. Mas
Tarso nega ter informações sobre
sua ida para o cargo.
"Eu não tenho cara de superministro. Sou um ministro médio",
disse ontem, em São Paulo, onde
esteve para se encontrar com o
presidente da Bolsa de São Paulo,
Raymundo Magliano Filho.
Anteontem, Genro esteve reunido com Lula das 16h até quase
meia-noite.
"Eu e outros ministros e secretários apresentamos o trabalho para este ano, e nada relativo a isso
[sua possível escolha para o superministério] foi tratado."
Patrus e Berzoini
Patrus, um ex-prefeito como
Tarso, também é lembrado para o
posto pela experiência administrativa e o perfil conciliador.
Mas teve um primeiro ano de
deputado federal apagado. Ele se
sentiu excluído do poder pela cúpula petista no Congresso. Há
ainda negociação para que Patrus
presida a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
O ministro Berzoini é um caso
de político tido como bom administrador que incorreu num erro
grave para virar ministro da área
social: o episódio em que atuou
duramente para tentar recadastrar aposentados com mais de 90
anos desgastou sua imagem.
Apesar disso, por ter conduzido
com sucesso a reforma da Previdência, há defensores no governo
do seu deslocamento para a área
social, liberando sua vaga para
composição com o PMDB. Os
peemedebistas cotados para a vaga são os senadores Garibaldi Alves (RN) e Maguito Vilela (GO).
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