São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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BALANÇO DE GOVERNO

Presidente promete "muito investimento em infra-estrutura e na questão energética" em sua gestão

Lula diz que não pôde fazer nada por estradas

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Luiz Inácio Lula da Silva e Aécio Neves na inauguração de uma usina hidrelétrica em Poços de Caldas


RAFAEL CARIELLO
ENVIADO A POÇOS DE CALDAS

WILSON SILVEIRA
ENVIADO A PIRACICABA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, ao fazer referência aos investimentos em infra-estrutura nas rodovias do país, que o governo ainda não pôde fazer nada: "Sei que ainda não pudemos fazer nada -e nem era possível fazer no primeiro ano as coisas que nós queríamos", disse Lula em discurso na cerimônia de inauguração de uma usina hidrelétrica em Poços de Caldas (MG).
Ao seu lado, no palanque, estava o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, responsável pela área, e o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). A frase de Lula foi dita como ressalva, após o presidente criticar governos anteriores por não terem investido em infra-estrutura e ter dito que havia ficado, em 2000, "indignado com a qualidade das estradas" que levavam a Poços.
Ele disse que era dever da União, dos Estados e dos municípios "garantirem o direito de ir e vir da forma mais segura" às pessoas: "Um país que não cuida das estradas perde investimentos".
Lula também fez críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso, sem citá-lo. Voltou a dizer que enquanto "outros" podem "viajar para outro lugar", ele terá que voltar a São Bernardo (SP) após o fim de seu mandato, o que, a seu ver, o obrigaria a cumprir promessas.
Prometeu "muito investimento em infra-estrutura e na questão energética" para os próximos anos, mas se recusou a prometer a recuperação de uma das estradas que dão na cidade mineira, pleito específico do município. "Não vou prometer, mas vamos ver o que podemos fazer", afirmou.
Em Piracicaba, ao inaugurar uma fundição do grupo Dedini, Lula disse que não haverá surpresas na economia em seu governo. "Não tem milagre. Não tem invenção. Não tem Plano Lula. Não tem Plano Palocci. Não tem Plano Dirceu. Tem uma política de fidelidade com as pessoas, de sinceridade e, sobretudo, de credibilidade." Segundo ele, "ninguém será pego de surpresa com qualquer medida econômica anunciada no jornal da meia noite".
O presidente disse que se sentia feliz por inaugurar uma fábrica que irá gerar 400 empregos e que pretende inaugurar muitas fábricas neste ano: "Este é o ano em que a economia brasileira vai dar resposta aos anseios, às aspirações e às inquietudes de milhões e milhões de brasileiros que estão à espera de uma oportunidade de trabalho". Ele admitiu que "a reforma da Previdência foi dura. A reforma tributária não foi tarefa fácil. Não fizemos a reforma dos sonhos de cada um individualmente, mas a que era possível".


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