FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Na véspera de seu depoimento à CPI dos Bingos, o economista e ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu são as figuras "mais perniciosas" da política brasileira. Ele afirmou ainda que o PT só conseguirá sair da crise em que entrou quando "extirpá-los" de seus quadros.
"Gosto muito do PT enquanto partido, tenho muito respeito. Mas acho que para sair desse buraco, vai ter que passar por um processo de higienização e extirpar as figuras mais perniciosas da vida política nacional. Um deles é o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, e o outro, o senhor José Dirceu."
Ex-guerrilheiro da ALN (Aliança Libertadora Nacional), participou do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969. Em 1998, foi expulso do PT, que ajudou a fundar, por pressão de Lula, então presidente de honra do partido.
O motivo foi a denúncia feita pelo economista em 1995 de que prefeituras petistas haviam beneficiado a empresa Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios), que tinha como advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula.
Na época da denúncia, Venceslau era secretário da Fazenda de São José dos Campos (91 km de São Paulo), no Vale do Paraíba.
É justamente sobre as denúncias que fez há dez anos que o economista será inquirido em seu depoimento na CPI dos Bingos. Além do esquema envolvendo a Cpem, ele também acusa outro amigo do presidente Lula, o hoje presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, de percorrer empresas que prestavam serviços à Prefeitura de São José dos Campos para conseguir dinheiro para um suposto caixa dois do partido.
Venceslau diz que não tem documento ou informação nova sobre o assunto para fornecer à CPI.


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