DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A entrada do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) na disputa pela presidência da Câmara foi considerada ontem na Casa como o primeiro fato negativo para a candidatura de Arlindo Chinaglia (SP) depois de uma semana de avanços nas articulações do petista.
Chinaglia, porém, procurou minimizar o impacto da decisão. "Não há indício de que a condução feita pelo PSDB vá se alterar. Não considero um revés, nem uma má notícia. Fruet tem todo o direito de concorrer", disse, a despeito das sinalizações dadas ainda ontem pelos tucanos de que deve haver um recuo no já anunciado apoio do PSDB ao PT.
Chinaglia afirmou ser "equivocada" a análise de que ele perde com a entrada de Fruet na disputa. "Quem fala pelo PSDB não sou eu, nem o Aldo [Rebelo, candidato à reeleição]. É o seu líder, Jutahy Júnior. Não se trata de o PSDB ratificar o apoio ao PT. Trata-se de ratificar uma consulta feita pela liderança do partido."
Antes de Fruet, aliados de Aldo diziam contar com cerca de 225 votos. Chinaglia apostava em algo em torno de 300. Agora, a contagem deve se alterar.
Em um eventual segundo turno, Aldo conta com os votos desta "terceira via", já que muitos de seus integrantes têm antipatia pelo PT.
O petista, entretanto, diz "estar tranqüilo" com os apoios já conquistados da maior parte das bancadas do PMDB e do PL. Hoje, PP e PTB decidirão seu candidato, e a tendência é de apoio ao petista.
Já Aldo se recusou a avaliar o impacto da candidatura de Fruet. "Eu sempre disse que a candidatura da terceira via é tão respeitável quanto a minha. Eu os respeito, e não devo fazer um julgamento. Não seria cortês nem diplomático."
(LETÍCIA SANDER E SILVIO NAVARRO)

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