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Lobão assume ministério e agradece a Deus por chuvas
O interino Nelson Hubner, ligado a Dilma Rousseff, não ficará na secretaria executiva
Lula chegou a cancelar a audiência marcada com o senador, indicado pelo PMDB à pasta de Minas e Energia, mas voltou atrás
MARIA CLARA CABRAL
ADRIANO CEOLIN
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de cancelar a audiência que teria com Edison Lobão
(PMDB-MA) no fim da tarde de
ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou atrás,
convocou o senador no começo
da noite e oficializou o convite
para ele assumir o Ministério
de Minas e Energia. A posse será na segunda, em tempo de ele
participar da reunião ministerial de quarta.
O novo ministro comemorou
que as chuvas "estão caindo,
graças a Deus" -naquele momento, chovia muito em Brasília- e descartou hipótese de
apagão. "Não haverá apagão
nenhum. As autoridades do ministério têm tomado todas as
previdências", disse.
Com a confirmação do convite ao senador, a pasta volta ao
comando do PMDB, uma promessa que o presidente havia
feito ao partido, mas que vinha
postergando desde o ano passado diante das pressões da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela já foi ministra de Minas
e Energia e trabalhava para que
a pasta ficasse com um técnico.
Lobão disse que o ministro
interino, Nelson Hubner, ligado a Dilma, não ficará na pasta.
Cogitava-se que ele poderia
reassumir a secretaria executiva a pedido da ministra, mas o
PMDB não gostava da idéia.
"Essa é uma questão que vou
examinar, porém, o ministro
Nelson Hubner já manifestou
desejo de ter outras atividades.
Vou formar uma equipe o mais
competente possível sem ter a
preocupação de demolir o que
se encontra lá", disse Lobão.
Filho
Lobão também falou sobre a
possibilidade de seu filho Edison Lobão Filho (DEM-MA),
que é seu suplente, assumir a
vaga. "Ele assume, sim, mas poderá se licenciar se for conveniente. Ele quer se defender fora do Senado", disse, referindo-se às acusações.
Depois de assumir o ministério, Lobão começará a definir
com o PMDB a indicação dos
novos presidentes e diretores
das estatais do setor, como Eletrobrás, Eletronorte e Petrobras. Os peemedebistas reivindicam as mudanças alegando
que o PT estava ocupando espaço do partido. "Cargos serão
examinados a seu tempo. Não
será feito de afogadilho. Quando tiver de fazer nomeações, farei junto com o presidente",
disse Lobão, que não tem experiência no setor elétrico.
"Este ministério já teve 11
ministros políticos. Não sou
um técnico. Sou um político e
sou um administrador. Um administrador é capaz de formar
sua equipe", afirmou.
A audiência de Lobão estava
agendada inicialmente para as
18h de ontem. O senador acabou sendo informado de que
Lula, alegando cansaço da viagem à Guatemala e Cuba, pedira o adiamento da conversa para hoje, às 9h. A mudança causou mal-estar no PMDB, que
pressionou para que a audiência ocorresse ainda ontem.
Informado do mal-estar, Lula ligou para Lobão e pediu que
ele fosse ao Planalto para uma
audiência às 19h, quando o convite foi oficializado. A indefinição no ministério se arrastava
desde maio. O ministro José
Múcio (Relações Institucionais) afirmou que foi "um dia
de vitória da base".
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