São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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Lobão assume ministério e agradece a Deus por chuvas

O interino Nelson Hubner, ligado a Dilma Rousseff, não ficará na secretaria executiva

Lula chegou a cancelar a audiência marcada com o senador, indicado pelo PMDB à pasta de Minas e Energia, mas voltou atrás

MARIA CLARA CABRAL
ADRIANO CEOLIN
VALDO CRUZ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de cancelar a audiência que teria com Edison Lobão (PMDB-MA) no fim da tarde de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou atrás, convocou o senador no começo da noite e oficializou o convite para ele assumir o Ministério de Minas e Energia. A posse será na segunda, em tempo de ele participar da reunião ministerial de quarta.
O novo ministro comemorou que as chuvas "estão caindo, graças a Deus" -naquele momento, chovia muito em Brasília- e descartou hipótese de apagão. "Não haverá apagão nenhum. As autoridades do ministério têm tomado todas as previdências", disse.
Com a confirmação do convite ao senador, a pasta volta ao comando do PMDB, uma promessa que o presidente havia feito ao partido, mas que vinha postergando desde o ano passado diante das pressões da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela já foi ministra de Minas e Energia e trabalhava para que a pasta ficasse com um técnico.
Lobão disse que o ministro interino, Nelson Hubner, ligado a Dilma, não ficará na pasta. Cogitava-se que ele poderia reassumir a secretaria executiva a pedido da ministra, mas o PMDB não gostava da idéia.
"Essa é uma questão que vou examinar, porém, o ministro Nelson Hubner já manifestou desejo de ter outras atividades. Vou formar uma equipe o mais competente possível sem ter a preocupação de demolir o que se encontra lá", disse Lobão.

Filho
Lobão também falou sobre a possibilidade de seu filho Edison Lobão Filho (DEM-MA), que é seu suplente, assumir a vaga. "Ele assume, sim, mas poderá se licenciar se for conveniente. Ele quer se defender fora do Senado", disse, referindo-se às acusações.
Depois de assumir o ministério, Lobão começará a definir com o PMDB a indicação dos novos presidentes e diretores das estatais do setor, como Eletrobrás, Eletronorte e Petrobras. Os peemedebistas reivindicam as mudanças alegando que o PT estava ocupando espaço do partido. "Cargos serão examinados a seu tempo. Não será feito de afogadilho. Quando tiver de fazer nomeações, farei junto com o presidente", disse Lobão, que não tem experiência no setor elétrico.
"Este ministério já teve 11 ministros políticos. Não sou um técnico. Sou um político e sou um administrador. Um administrador é capaz de formar sua equipe", afirmou.
A audiência de Lobão estava agendada inicialmente para as 18h de ontem. O senador acabou sendo informado de que Lula, alegando cansaço da viagem à Guatemala e Cuba, pedira o adiamento da conversa para hoje, às 9h. A mudança causou mal-estar no PMDB, que pressionou para que a audiência ocorresse ainda ontem.
Informado do mal-estar, Lula ligou para Lobão e pediu que ele fosse ao Planalto para uma audiência às 19h, quando o convite foi oficializado. A indefinição no ministério se arrastava desde maio. O ministro José Múcio (Relações Institucionais) afirmou que foi "um dia de vitória da base".


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