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Conselho adverte TV Brasil e recomenda mais pluralidade
Programa "Ver TV" motivou moção na 2ª reunião do órgão, realizada em Brasília
Conselheiros aprovaram o
regimento interno; quatro
dos 15 conselheiros que
representam a sociedade
civil faltaram ao encontro
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REDAÇÃO
O Conselho Curador da TV
Brasil realizou anteontem, em
um hotel em Brasília, sua segunda reunião. Foram aprovados o regimento interno do órgão e uma moção pedindo "pluralidade de versões em toda a
programação".
"Houve uma recomendação
à diretoria. A TV também vai
usar produção independente e
isso deve ser levado em conta.
Até para defender a diretoria",
disse à Folha o economista
Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do conselho.
A motivação da moção foi o
programa "Ver TV" do último
dia 12, em que os três debatedores diziam que a não-renovação da concessão à rede de
TV venezuelana RCTV, pelo
governo Hugo Chávez, "era ato
normal e usual nas democracias". A proposta foi feita pelo
conselheiro José Paulo Cavalcanti Filho, ministro interino
da Justiça no governo Sarney.
Cavalcanti escreveu: "Não
encontrei um único caso em
que a não-renovação de concessão tenha se dado em circunstâncias tão dramáticas como a venezuelana. Normal, pois, com o sentido usual da
palavra, certamente não terá
sido". Ontem, ele disse à Folha:
"Nenhuma crítica ao programa, que era bem feito, agradável de ver e o apresentador era
competente. Só aproveitei para
falar do futuro. Disse que os entrevistados se pronunciaram
uniformemente sobre a não-renovação da concessão".
O "Ver TV", realizado pela
Radiobras, é transmitido pela
nova TV Pública. O apresentador é Laurindo Leal Filho, professor da USP. A reportagem
não o localizou ontem.
Estiveram na reunião de anteontem a presidente da TV
Brasil, Tereza Cruvinel, e os
ministros Franklin Martins
(Comunicação Social), Gilberto Gil (Cultura) e Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia).
Segundo Belluzzo, quatro
dos 15 conselheiros que representam a sociedade civil faltaram: Delfim Netto, o rapper
MV Bill, o advogado Luiz Edson Fachin e o índio Isaac Pinhanta. Belluzzo disse que eles
avisaram com antecedência.
O regimento interno aprovado afirma que "serão públicas
todas as reuniões" e que haverá
audiências públicas pelo país
para receber sugestões, reclamações ou denúncias. Também ficou decidido que o presidente do Conselho Curador só
poderá ser reeleito uma vez.
Já a idéia de criar uma corregedoria fixa não foi levada
adiante. "Vai haver um relator
para cada caso específico. O indicado apresenta um relatório.
Aí, o conselho decidirá o que
fazer", afirmou Belluzzo.
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