São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2001

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Líder do PFL no Senado diz que declarações causam desconforto

Beto Barata/Folha Imagem
Hugo Napoleão (PI), que é líder da bancada pefelista no Senado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL no Senado, Hugo Napoleão (PI), condenou a atitude do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) de dar uma entrevista à Folha que considerou ""bombástica", com críticas ao governo e ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo ele, as declarações de ACM causam desconforto entre os pefelistas, num momento em que o partido está enfraquecido na base de sustentação do governo. ""O partido ainda vai se definir (em relação ao governo). Seria bom que não fizéssemos marola antes dessa definição", disse.
O deputado Jutahy Junior (BA), líder interino do PSDB na Câmara, assumiu a defesa de FHC. Ele atribuiu as declarações de ACM à tentativa do senador de desviar o foco de sua derrota nas eleições da Câmara e do Senado.
"Antonio Carlos Magalhães não absorveu a derrota acachapante que sofreu, fruto de sua soberba, incompetência e avaliação equivocada", afirmou Jutahy.
ACM é apontado pelo próprio PFL como o principal responsável pelas derrotas do partido nas eleições para as presidências no Congresso, ao vetar a candidatura do peemedebista Jader Barbalho à sua sucessão.
Jutahy considerou ofensiva a FHC a comparação feita por ACM entre o presidente e Jader Barbalho. ACM disse que FHC e Jader "são as mesmas pessoas".
"Da forma como foi colocada na entrevista (a comparação entre FHC e Jader), é ofensa (ao presidente). Quando desqualifica o primeiro e o iguala ao segundo, é ofensa", afirmou Jutahy. ACM chama Jader de ladrão.
Jutahy procurou isolar a atitude de ACM do restante do PFL. "Tenho absoluta convicção que 99,99% do PFL e nenhum dos líderes do partido confirmaria uma entrevista dessa", afirmou Jutahy. Segundo ele, o PSDB quer manter o PFL na aliança.
O deputado Jutahy, adversário de ACM na Bahia, convocou uma entrevista coletiva para responder ao senador. Ele negou que sua entrevista fosse parte de uma estratégia definida pelo Palácio do Planalto para responder a ACM.
"O líder do PSDB tem o dever de defender o governo. Este governo é sério e tem resposta para todos os casos apontados pelo senador. Este governo não é conivente com atos errados", disse.
A oposição também comentou as declarações de ACM. O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (PT), disse, em nota divulgada ontem, que "para ACM, existem dois países: o Brasil e a Bahia". "Tudo que ele acusa nos adversários em Brasília ele faz com a oposição na Bahia."


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