São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Amigo de fé
Com a ascensão de Severino Cavalcanti (PP-PE), brilha a estrela de seu correligionário e conterrâneo Pedro Corrêa, velho parceiro do novo comandante da Câmara. O presidente do PP passou rapidamente à condição de ministeriável, no lugar de Pedro Henry (MT).

Irmão camarada
Virgílio Guimarães (MG) saiu do plenário na tarde de ontem para atender a um telefonema de Geraldo Alckmin. "Muito obrigado, governador, pelo seu apoio", disse o derrotado rebelde petista ao tucano que lhe arranjou a um punhado de votos.

Mal na fita
Mais de 12 horas depois da derrota, a TV Câmara ainda reprisava entrevista em que Maria do Rosário (PT-RS) e Vanessa Graziotin (PC do B-AM) faziam campanha pró-Greenhalgh. A emissora não deve escapar à intervenção do vitorioso baixo clero, que sempre se julgou desprezado pelos veículos da Casa.

Psicodrama
Na reunião para lavar roupa suja promovida ontem pela bancada petista, o ex-presidente João Paulo Cunha (SP) contemporizou, mas não deixou de citar a política econômica, eterna obsessão do partido.

Próxima batalha
A escolha do novo líder da bancada petista, inicialmente marcada para ontem, foi adiada por falta de consenso. Além das restrições da esquerda partidária, cresce no chamado campo majoritário um movimento para apear Paulo Rocha (PA) antes mesmo de ele assumir.

Mágoas afogadas
Na festa de Severino, um dos mais animados era o líder do governo, Professor Luizinho (PT-SP). Ficou até o fim e fez discurso saudando o novo timoneiro.

Botão de emergência 1
Fechou o tempo entre Anthony Garotinho e Valdemar Costa Neto num elevador da Câmara. O primeiro cobrou declaração do segundo, que o teria chamado de "desagregador".

Botão de emergência 2
"E o que o senhor está fazendo no PMDB?", rebateu o presidente do PL. O bate-boca só acabou porque o elevador parou e os dois desembarcaram.

Dupla identidade
O sanitarista Antonio Palocci acaba de ganhar do deputado Delfim Netto "Physicians and Political Economy". O historiador do pensamento econômico Peter Groenewegen, da Universidade de Sydney (Austrália), reúne no livro estudos sobre seis médicos que, como o ministro, enveredaram para a economia.

A pé
Sindicalistas do Pará afirmaram ao vice José Alencar que, sem receber diárias, agentes em serviço na região de Anapu desde a morte de Dorothy Stang sobrevivem graças à ajuda da população. A PF disse que a situação seria regularizada ontem.

Do arquivo
No pacote governista em reação aos conflitos no Pará está a promessa de tirar do papel, até o final de março, a reserva florestal da Terra do Meio, que descansa no escaninho desde FHC. São oito milhões de hectares.

Papo-cabeça
Ainda no embalo do Fórum de Porto Alegre, Lula e Hugo Chávez prometem para breve um seminário de todos os ministros da área social dos dois países para "trocar experiências". A idéia surgiu no encontro dos dois presidentes nesta semana.

Recém-escalado
Leão Serva, diretor de jornalismo do iG e ex-secretário de Redação da Folha, será assessor de comunicação de José Serra na prefeitura paulistana.

TIROTEIO

Do petista Aloizio Mercadante (SP), criticando para outros senadores o plano, no final fracassado, de responder à derrota de Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) inviabilizando a eleição do pefelista José Thomaz Nonô (AL) para a primeira vice-presidência da Câmara:
-Quem caiu tem que parar de cavar. Lamentavelmente, parece haver pessoas no PT que preferem continuar cavando.

CONTRAPONTO

Radicais livres

Ao cumprimentar o presidente em exercício José Alencar ontem, na reunião do Planalto para discutir os recentes assassinatos na região oeste do Pará, o deputado petista Adão Preto brincou:
-O João Pedro Stedile comenta que ele é moderado perto de senhor-, disse, comparando o vice ao líder dos sem-terra.
Alencar, filiado ao PL, sorriu e passou a ouvir o discurso do radical Babá (PSOL-PA) contra a relação do Brasil com o FMI.
Logo depois, foi a vez do presidente em exercício falar e aumentar o tom dos ataques à política econômica do governo.
Enquanto ele discursava, Babá pediu licença aos presentes para deixar o encontro em virtude de um compromisso particular. E João Alfredo (PT-CE) não perdeu a chance de fazer piada:
-O Babá vai sair da sala porque, com esse discurso do senhor, ele ainda acaba deixando o PSOL para se filiar ao PL.


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