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Ex-procurador livrou
deputado de inquérito
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Beneficiado por ter mais de 70
anos de idade, pelo foro privilegiado e pela inércia do então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, livrou-se em
2001 de inquérito penal sob a acusação de crime de declaração falsa
de domicílio eleitoral.
Instaurado pela Justiça Eleitoral
de Bom Jardim, em Pernambuco,
o inquérito chegou ao Supremo
Tribunal Federal em 1996, com
denúncia oferecida pela procuradoria regional do Ministério Público Federal. Como Cavalcanti
elegera-se deputado federal em
1994, o Tribunal Regional Eleitoral remeteu o processo ao STF.
Distribuído ao ministro Neri da
Silveira em 27 de março de 1996, o
relator abriu vista, no dia seguinte, a Brindeiro, que só viria a dar
parecer em 14 de agosto de 2001,
cinco anos e cinco meses depois.
Brindeiro requereu o arquivamento, por perda do prazo para
abrir o processo criminal. Pela lei,
o cálculo para extinção da punibilidade é reduzido pela metade
quando o acusado tem mais de 70
anos de idade. Assim, não foi julgado o mérito para decidir se Cavalcanti era culpado ou inocente.
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