RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A disputa pelo controle da bancada de deputados do PMDB teve dois novos lances ontem. O deputado Ronivon Santiago (AC), um dos pivôs do escândalo da compra de votos para a reeleição, filiou-se ao partido para reforçar a ala aliada ao Palácio do Planalto.
Além disso, alternância de listas de apoio e de filiações feitas em cima da hora levava os dois lados, governista e oposição, a assegurar que conseguiram o apoio majoritário para comandar a bancada.
Devido às novas aquisições, de lado a lado, o partido registrava no final da tarde de ontem 94 deputados, o que o tornava a maior bancada da Câmara, à frente do PT, que têm 91 representantes.
Santiago foi uma das últimas filiações, patrocinada pelos governistas do partido. Em 1997 ele foi gravado por um colega confessando participação no escândalo da compra de voto para a aprovação da reeleição presidencial.
A mais recente disputa no PMDB teve início depois que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho patrocinou filiações de aliados no PMDB e se juntou ao setor oposicionista para tomar o controle da bancada.
Aliado ao presidente nacional do partido, deputado estadual Michel Temer (SP), Garotinho conseguiu reunir 48 assinaturas (metade mais dois da bancada) e destituir anteontem o líder José Borba (PR), afinado com o Planalto, empossando em seu lugar Saraiva Felipe (MG).
Em uma operação que envolveu o ministro Eunício Oliveira (Comunicações), governistas obtiveram também 48 assinaturas e destituíram Felipe. Isso se deu porque três deputados que assinaram a lista dos oposicionistas também assinaram a de apoio a Borba. Dessa forma, nenhum dos lados admitia derrota, e novas filiações poderiam ser feitas.
Felipe convocou a bancada para escolher novo líder em votação secreta, na semana que vem, mas o grupo governista não aceitou.


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