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Partido assiste a "luta fratricida" em SP
Enio Tatto, líder do PT na Assembléia, e Fausto Figueira, primeiro-secretário, estão em litígio por vaga a partir de março
Disputa na Justiça opõe interesses de grupos ligados a Marta Suplicy e a José Dirceu no Estado e pode deixar Tatto sem mandato
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois expoentes do PT em São
Paulo, os deputados estaduais
Enio Tatto, líder do partido na
Assembléia, e Fausto Figueira,
primeiro-secretário da Casa,
travam uma autêntica luta fratricida nos tribunais em torno
de uma vaga na legislatura que
se inicia no dia 15 de março.
No final do ano passado, Tatto, reeleito com cerca de 90 mil
votos, teve o registro de sua
candidatura indeferido pela
Justiça e recorreu contra a diplomação pelo TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) de Figueira,
primeiro-suplente da bancada
petista, com quase 56 mil votos.
Tatto diz que agiu para preservar seu mandato, já que, no
seu entender, o colega deveria
ter aceitado ser diplomado na
condição de primeiro-suplente
e aguardado a decisão final sobre seu processo.
Mas Figueira, em decisão que
surpreendeu o PT, não deixou
por menos e também recorreu
aos tribunais. Desde então, os
petistas estão em litígio, opondo dois poderosos grupos do
partido em São Paulo, ligados a
ex-prefeita Marta Suplicy e ao
ex-ministro José Dirceu.
Até agora, Figueira, próximo
do ex-ministro, vem levando a
melhor. "Não sei o motivo de
ele ter me escolhido dentre os
20 eleitos do PT. Se ele não tem
registro da candidatura, não
existe como deputado", diz.
Na terça-feira, Tatto sofreu
uma derrota no TRE, ao qual
ele havia recorrido. Segundo o
tribunal, ele não apresentou no
prazo determinado pela lei a
certidão de quitação de débitos
eleitorais, relativos a multas
aplicadas pela Justiça.
Tríade sob risco
Caso se confirme a derrota de
Tatto, sua família, muito próxima de Marta Suplicy, sofrerá
forte abalo, já que seu projeto
político prevê um membro em
cada esfera do Legislativo: Arselino Tatto é vereador em São
Paulo, Jilmar é deputado federal e Enio seria seu representante na Assembléia.
"Reconheço que o clima na
bancada está muito ruim, mas
tenho que lutar pelo meu mandato. O Fausto, a quem eu respeito, na condição de suplente,
poderá pegar uma vaga a qualquer hora. Mas eu, se perder, ficarei sem nada", diz Tatto.
Segundo o líder do partido na
Casa, em casos praticamente
idênticos ao seu, como o do deputado federal João Paulo Cunha (PT), e do estadual Adriano
Diogo, a Procuradoria Eleitoral, que pediu a impugnação de
sua candidatura, atendeu aos
recursos dos réus.
"As multas foram quitadas e
a certidão, emitida", disse ele.
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