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85 candidatos mentiram em declarações, afirma ONG
Doações à própria campanha superaram o total de bens
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos 782 parlamentares que
saíram candidatos nas eleições
do ano passado, 85 fizeram
doações às próprias campanhas
que superaram o total de bens
declarados à Justiça Eleitoral.
Os dados são de levantamento
do projeto "Excelências", da
Transparência Brasil.
Segundo o diretor-executivo
da ONG, Claudio Weber Abramo, os legisladores-candidatos
"mentiram". "Ou têm patrimônio maior do que declararam
ou o dinheiro que disseram ter
doado não era realmente deles", disse. Há quatro deputados federais na lista.
Jô Moraes (PC do B-MG),
derrotada para a Prefeitura de
Belo Horizonte, declarou R$ 98
mil e doou R$ 143,4 mil para a
própria campanha. A deputada
afirmou que tinha economias
pessoais e pegou empréstimos
na Câmara. "Está tudo no meu
contracheque." Jô Moraes não
precisou se desfazer do apartamento de R$ 80 mil e diz que
terminou a campanha com R$
87,1 mil em dívidas bancárias.
A deputada Bel Mesquita
(PMDB-PA) aplicou na própria
campanha à Prefeitura de Parauapebas -na qual foi derrotada pelo petista Darci Lermen- R$ 1,18 milhão e declarou em bens R$ 1,07 milhão. A
assessoria jurídica da deputada
disse que o valor investido na
campanha provém da venda de
sociedade que possuía em uma
empresa. "Ao vender, ela obteve ganho de capital, que foi suficiente para cobrir as despesas
de campanha. Isso foi declarado à Receita Federal", afirmou
a assessoria.
Já Uldurico Pinto (PMN-BA), que doou R$ 95 mil e declarou possuir R$ 90 mil em
bens, disse à reportagem que
vendeu um carro de R$ 16 mil e
lançou mão de economias. "Retirei minha candidatura [à Prefeitura de Teixeira de Freitas]
no meio do caminho por falta
de recursos", afirmou.
Roberto Alves (PTB-SP), que
disputou vaga de vereador, declarou patrimônio de R$ 3.200
e doações de R$ 4.200. "Esse
valor é de salário que eu tinha.
Nunca acumulei riqueza na vida de parlamentar."
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