São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Otimismo, pessimismo

Na manchete do UOL ao longo do dia, com Reuters, e também por sites de jornais e pela Agência Brasil, "Balança comercial passa a ter superávit no ano". A segunda semana de fevereiro "reverteu o resultado deficitário" e analistas projetam um superávit de US$ 14 bilhões no ano. Já no topo das buscas de Brasil por Google News e Yahoo News, com despachos da agência Bloomberg, as "apostas de que o Banco Central vai cortar os juros" em mais um ponto, na "especulação crescente" sobre a reunião do Copom daqui a duas semanas. A agência entrevistou Gustavo Franco no final da semana e ele agora fala em "oportunidade histórica" de cortar os juros para menos de 10%. Por outro lado, na manchete do UOL no início da noite, "Pessimismo externo faz dólar subir".

E LULA COMEU
Sob o título "Y Lula se comió a la oposición", o espanhol "El País" escreveu que "na política brasileira se produziu fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que goza de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, comeu a oposição". Dizendo que "já se sabia que Lula é um gênio político", descreve como ele venceu as resistências de seu partido e depois secou as bandeiras de seus opositores. A tal ponto que, agora, "os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula".

CÁLCULO, ESTRATÉGIA
Na manchete do Terra, "PMDB não pode se vender para quem oferece mais, diz Simon". Em resposta à entrevista de Jarbas Vasconcelos à "Veja", apontando corrupção no partido, Pedro Simon diz que "ele faz um desserviço quando afirma que vai apoiar o Serra" e argumenta: "Nós não podemos ficar na posição de noiva que dá para quem oferece mais." Ricardo Noblat, em seu blog, comenta que "houve cálculo político por trás" da entrevista, pois Serra quer Vasconcelos para vice, e acrescenta: "Se puder sair do PMDB sem perder o mandato...". Em coletiva no fim do dia, o peemedebista indicou ter denúncias específicas, mas: "Eu não quero citar ninguém, por enquanto, pois tenho de ter o mínimo de estratégia." A "Veja" o compara a Pedro Collor.

17 ANOS
P.Á/elpais.com
O "El País" destacou como "Uma menor brasileira passou 29 horas retida em sala de Barajas", o aeroporto de Madri, por falta de dinheiro e "reserva de hotel". A jovem afirmou, ao escapar da expulsão após intervenção de um juiz, ter sido tratada "como cachorro"

"SLAVERY"
guardian.co.uk
O "Guardian" deu página inteira sobre o "Novo mundo de sordidez e exploração", com "trabalhadores mal pagos e em condições esquálidas" em Marabá, onde "intermediários exploradores seduzem pobres a fazerem grandes dívidas". Em suma, "a escravidão por dívida prossegue na Amazônia e no Centro-Oeste"

LIBERDADE LÁ
BBC, "The Scotsman" e outros britânicos noticiam que "o grande assaltante do trem Ronnie Biggs" é foco de uma campanha para sua libertação da cadeia, para "morrer com dignidade", aos 79. Ele foi condenado a 30 anos por um assalto a trem em 1963, logo escapou e passou 35 anos foragido, a maior parte no Rio. Entregou-se há sete anos. Biggs pode sair "em meses".

SLIM, SEGUNDO O "NYT"
Eraldo Peres/nytimes.com
Na foto "NYT", Slim no Brasil
O "New York Times" perfilou o mexicano Carlos Slim, "o reticente barão da mídia", hoje detentor de cerca de 17% das ações do próprio "NYT", mas sem direito a voto. Ele se negou a dar entrevista. O texto relata uma ameaça de corte de publicidade a jornal mexicano que o questionou como "monopolista". Conta que, duas décadas após a privatização, ainda controla o mercado de telefonia fixa (90%) e celular (70%) do país. Que tem "um time de advogados" contra ações antitruste. E que investe "numa variedade de redes de TV" e jornais, inclusive o londrino "Independent".



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