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Crise entre petista e pefelista ameaça relatório de CPI
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
A uma semana do prazo
para a apresentação do relatório final da CPI dos Correios, uma crise envolvendo
o relator, Osmar Serraglio
(PMDB-PR), e dois sub-relatores pode comprometer as
conclusões sobre supostas
irregularidades envolvendo
fundos de pensão e até mesmo o relatório final da CPI.
O sub-relator da área,
ACM Neto, acusou Serraglio
de aceitar ingerência indevida dos três principais fundos
de pensão (Petros, Funcef e
Previ) para tentar desqualificar seu relatório.
A pedido do presidente do
PT, Ricardo Berzoini (SP), e
do relator-adjunto da CPI
Maurício Rands (PT-PE),
Serraglio se reuniu ontem
com representantes dos três
fundos. Recebeu um documento que questiona critérios e conclusões já apresentadas pela sub-relatoria comandada pelo pefelista.
Segundo ACM Neto, o relator teria prometido aos
emissários que tão logo recebesse o relatório sobre os
fundos o repassaria para
Rands, que confrontaria as
conclusões do pefelista com
as justificativas apresentadas
pelos fundos de pensão.
Serraglio admite que recebeu dos representantes dos
fundos uma série de questionamentos sobre os critérios
usados pela sub-relatoria.
Negou, porém, que vá submeter previamente o trabalho de ACM Neto ao crivo de
Rands ou dos fundos. "Vou
receber as pessoas e ver o
que elas têm a dizer. O deputado Rands não vai mexer
em uma vírgula do trabalho
da sub-relatoria", afirmou.
Mesmo com a negativa de
Serraglio, ACM Neto viajou
para a Bahia sem entregar o
relatório parcial. "Se os fundos questionaram qualquer
coisa do relatório, Osmar tinha de ter me chamado e
perguntado e não colocar o
Rands, que nunca assistiu a
um depoimento sequer da
sub-relatoria de fundos, para arbitrar o que quer que seja", reclamou o pefelista.
Rands nega que tenha intermediado a posição dos
fundos. Disse que levou os
representantes ao relator para que pudessem expor suas
divergências quanto ao trabalho de ACM Neto.
Segundo o petista, todos os
relatórios parciais passarão
por ele e pelo outro relator-adjunto, o tucano Eduardo
Paes (RJ), que ajudam Serraglio a costurar o relatório final da CPI. "Os representantes dos fundos são atores
institucionais que têm legitimidade de apresentar seus
argumentos", afirmou.
O impasse foi levado ao
presidente da CPI, Delcídio
Amaral (PT-MS). Nos próximos dias, ele vai buscar uma
saída negociada para que a
crise de relacionamento não
inviabilize a aprovação do
texto final. A CPI deve adiar
em dois dias a apresentação
do relatório, que estava prevista para a próxima terça.
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