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Assembléia de AL reúne acusados de homicídio e furto
PF indiciou 11 deputados por suspeita de participação em um suposto esquema de desvio de cerca de R$ 280 milhões
Parlamentares podem ter os processos criminais contra eles suspensos pelo voto
da maioria de seus colegas enquanto durar o mandato
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Assembléia Legislativa de
Alagoas -investigada pela Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos- abriga parlamentares suspeitos de
homicídio, formação de quadrilha, furto de energia elétrica e
porte ilegal de armas.
Dos 27 deputados estaduais,
11 já foram indiciados pela PF
por suspeita de participação
em suposto esquema de desvio
de dinheiro público que causou
um prejuízo de cerca de R$ 280
milhões nos últimos sete anos.
Além disso, três ex-deputados
-que deixaram o Legislativo
em fevereiro de 2007- também foram indiciados.
Os deputados, que têm foro
privilegiado em questões criminais, só podem ser denunciados pelo procurador-geral
da Justiça e julgados pelo Tribunal de Justiça. Além disso,
podem ter os processos criminais contra eles suspensos pelo
voto da maioria de seus colegas
enquanto durar o mandato.
Um dos 11 indiciados, João
Beltrão (PMN), foi denunciado
no ano passado pelo assassinato de Paulo José Gonzaga dos
Santos, no município de Santa
Luzia do Paruá (MA), em 2000.
Segundo a denúncia, Beltrão
encomendou a morte de Santos
-de quem havia comprado a
fazenda Bons Amigos, em Santa Luzia- pois o fazendeiro cobrou do deputado um pagamento. Oito dias depois da cobrança, o fazendeiro foi morto
em uma emboscada. O deputado é investigado por um crime
semelhante no Tocantins.
Em 2000, João Beltrão e o
deputado Antônio Albuquerque (DEM), atualmente afastado pela Justiça da presidência
da Assembléia alagoana, foram
apontados em depoimentos dados à CPI do Narcotráfico, em
Maceió, como sendo mandantes de homicídios e de roubo de
carga no Estado. Em depoimento à CPI, os dois parlamentares negaram as acusações.
O deputado Cícero Ferro
(PMN) foi denunciado em janeiro pelo Ministério Público
de Alagoas por homicídio. Ele é
apontado como autor intelectual do assassinato do vereador
Fernando Aldo, de Delmiro
Gouveia (no sertão alagoano).
Segundo a investigação feita
pela Polícia Civil, a morte de Aldo foi encomendada por Ferro
depois que ele criticou publicamente o deputado. Há duas semanas, 16 deputados estaduais
aprovaram requerimento que
solicitava a suspensão do processo penal contra Ferro.
Cícero Ferro está entre os 11
indiciados pela PF. No mês passado, o deputado foi denunciado novamente pelo Ministério
Público do Estado por porte ilegal de armas. Em dezembro,
durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na
casa dele, a PF encontrou munições e armas irregulares, algumas delas pertencentes à Polícia Militar de Alagoas. Ele foi
preso em flagrante.
O deputado Marcos Barbosa
(PPS) responde a processo,
acusado de ter encomendado o
homicídio do líder comunitário
Edvaldo Guilherme da Silva,
conhecido como Baré-Cola, em
janeiro de 2006. Ele nega.
Em fevereiro, o deputado estadual Marcelo Victor (PTB),
que está em seu primeiro mandato, foi acusado de agredir um
fiscal da Ceal (Companhia
Energética de Alagoas) que encontrara uma ligação clandestina de energia na casa de um familiar do deputado.
Segundo representação feita
ao Ministério Público pela presidência da Ceal, Victor agrediu
o fiscal a coronhadas de pistola
no peito e ameaçou outro fiscal.
Vitor negou a agressão.
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