|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
União prevê R$ 8,2 mi para debater comunicação
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo reservou R$ 8,2
milhões para realizar uma conferência nacional que irá discutir a comunicação social no
país. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva já determinou a
três ministros a realização do
evento ainda neste ano para
discutir temas como concessão
de rádio e TV e convergência
tecnológica.
O foco do evento, segundo a
Folha apurou, estará voltado
para as novas mídias, como internet, TV a cabo e celular.
O governo está definindo os
detalhes do decreto que irá
convocar a conferência, prevista para dezembro. O valor do
evento foi incluído no Orçamento de 2009 pelo Congresso
e, segundo o deputado Walter
Pinheiro (PT-BA), preservado
dos cortes do início do ano.
O montante supera o valor
gasto com o encontro nacional
dos prefeitos, que reuniu 15 mil
pessoas, e teria custado mais de
R$ 2 milhões. O governo ainda
não tem o valor exato do custo,
nem a definição de quantos serão os participantes da conferência. Porém, as realizadas pelos ministérios da Saúde e Cidades, por exemplo, reuniram
em média 2.000 pessoas.
Auxiliares de Lula dizem que
ele decidiu convocar a conferência neste ano para evitar a
discussão em 2010, ano eleitoral. Será a primeira vez que um
governo realiza conferência sobre o assunto. A pressão partiu
de movimentos sociais e do PT,
mas a realização da conferência
também agrada o setor.
Segundo o ministro Franklin
Martins (Comunicação Social),
concessão de radiodifusão, propriedade cruzada dos meios de
comunicação, fortalecimento
da imprensa regional e concentração de veículos nas mãos de
um mesmo grupo devem ser
debatidos. Esses pontos são similares aos defendidos pelo
PT, que discutiu o tema em
conferência, em 2008.
"O objetivo é que o país debata as questões de comunicação
de forma plural. Há muito tempo que não discute o assunto",
disse Franklin. O marco regulatório da radiodifusão é de 1962,
e o das telecomunicações, de
1995. Os ministros Hélio Costa
(Comunicações) e Luiz Dulci
(Secretaria Geral) também estão envolvidos no debate.
Para Paulo Tonet, da Associação Nacional de Jornais, discutir monopólio e propriedade
cruzada é um retrocesso. "O tema tem que ser conteúdo nacional e igualdade de tratamento regulatório", disse.
O presidente da Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), Daniel Pimentel Slaviero, também defende que a
conferência seja ampla, incluindo discussões sobre jornais e revistas.
Antes do evento nacional, haverá discussões nos Estados.
Texto Anterior: Lula faz "críticas desmedidas" à imprensa, afirma entidade Próximo Texto: Pará compra livros de agência publicitária Índice
|