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Serra prepara saída e blindagem do governo
Tucano, que deixa o comando de SP até abril, trabalha para evitar que transição atrapalhe sua campanha à Presidência
Estratégia traçada com o vice prevê divisão da gestão em núcleos; 9 dos 26 secretários deixam as pastas ao mesmo tempo que o governador
FÁBIO ZAMBELI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), traçou com
o vice, Alberto Goldman
(PSDB), seu sucessor a partir
de abril, o desenho da administração no Estado nos próximos
nove meses. O objetivo é promover uma transição imune a
turbulências e que garanta a
continuidade das obras alçadas
à vitrine do presidenciável durante sua campanha.
Serra se empenha nos bastidores para evitar a reedição do
"efeito Lembo", episódio que
melindrou a candidatura de
Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência em 2006: o então vice-governador Cláudio Lembo
(DEM) assumiu o governo estadual com discurso hostil aos
tucanos, congelou repasses para obras e chegou a dizer que
esperava herdar uma Ferrari e
encontrara um "Fusca velho".
O primeiro entrave da gestão
Goldman no Palácio dos Bandeirantes será a minirreforma
que o novo governador terá que
comandar logo após a posse. A
eleição deve tirar 9 dos 26 secretários do Estado até o dia 3
(veja quadro ao lado). Outros
três assessores do primeiro escalão também estão na iminência de deixar suas funções.
A recomposição terá soluções caseiras: adjuntos e diretores ascenderão e haverá remanejamentos.
A aliados Serra confidencia
que o plano lhe dará serenidade
durante a campanha. Na opinião de um tucano da cúpula
paulista, agora será a vez do
"Serra-Goldman", numa referência ao "Serra-Kassab", citado pelo então vice Gilberto
Kassab ao assumir a prefeitura.
Pelo acordo, a governança será fragmentada em núcleos
com missões delimitadas.
O braço operacional será
chefiado por Mauro Ricardo da
Costa e Francisco Vidal Luna,
secretários da Fazenda e de
Economia e Planejamento.
Costa segue responsável pelo
caixa do Estado. Luna terá realçada a incumbência da execução orçamentária -SP projeta
investir R$ 21 bilhões no ano.
O segundo apêndice terá Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública) e Lourival Gomes
(Administração Penitenciária).
A eles caberá a tarefa de exibir
absoluta sincronia no combate
ao crime organizado -com meta de "risco zero" a rebeliões e
ações de facções criminosas.
Para turbinar obras "estruturantes" foram escalados José
Luiz Portella (Transportes Metropolitanos), Dilma Pena
(Energia e Saneamento) e Lair
Krähenbühl (Habitação).
Por gozar de prestígio e trânsito no Ministério Público, Luiz
Antonio Marrey (Justiça e Cidadania) tentará blindar o governo de prováveis de ações da
oposição e assegurar "segurança jurídica" aos atos de Serra.
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