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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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PAINEL

Com a barriga
Apesar de ter prometido retomar em dois anos a discussão sobre a mudança do local da cobrança do novo ICMS (da origem para o destino do produto), Lula confidenciou a um governador que a alteração dificilmente será feita: "Uma mudança em que São Paulo perde R$ 5 bi não dá para ser aprovada".

Muitas versões
A confusão é tanta sobre as reformas que alguns governadores tinham em mãos até três minutas diferentes de propostas de mudanças quando chegaram à reunião de ontem com Lula.

Barca furada
O Planalto considera que Alckmin errou ao defender o delegado Aparecido Calandra, suspeito de envolvimento com tortura no regime militar. Avalia que, sob pressão, acabará tendo de rever sua nomeação para cargo de confiança na Polícia de SP.

Profetas do apocalipse
Em reunião com Thomaz Bastos (Justiça) sobre o crime organizado, Magno Malta (PL) foi apocalíptico: "Em 60 dias jogarão uma bomba caseira no ministério". Demóstenes Torres (PFL) foi ainda mais alarmista: "Logo vão metralhar o Congresso e a casa do presidente".

Citação judicial
O Ministério Público Federal ameaça acionar João Paulo (Câmara) por crime de responsabilidade se ele não der posse já ao suplente de Narciso Mendes (PP-AC), cassado pelo STF.

Outro lado
João Paulo encaminhou o caso de Narciso Mendes para a corregedoria da Câmara. Diz que a Constituição reserva amplo direito de defesa ao deputado, mesmo cassado pelo STF.

Crítica familiar
Luciana Genro (PT) distribuiu documento com críticas ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, dirigido por Tarso Genro, seu pai. "Não reflete a sociedade real."

Deixa para depois
Guido Mantega (Planejamento) queria incluir na LDO um aumento de só 5% aos servidores. Mas desistiu por conselho do Planalto. Indicar agora seria sofrer dois desgastes: um na tramitação da lei de diretrizes orçamentárias e outro na discussão do Orçamento no fim do ano.

Amigos para sempre
José Dirceu (Casa Civil) ofereceu a João Lyra (PP-AL) que indique o gerente-executivo do INSS em Alagoas. Detalhe: as empresas do deputado devem cerca de R$ 50 milhões ao INSS.

A conferir
Ao saber que o Planalto pretendia entregar o INSS a João Lyra (PP), um ex-deputado de Alagoas levou a Ricardo Berzoini (Previdência) documentos mostrando a dívida das empresas do deputado. O ministro prometeu barrar a nomeação.

Decoro de valentão
Aos berros, Inocêncio Oliveira (PFL) chamou ontem João Caldas (PL) para a briga em plenário. Tudo porque o deputado estava presidindo a sessão da Câmara e demorou alguns segundos para ceder a cadeira a ele.

Pedágio genético
O Paraná vai proibir por decreto que caminhões carregando soja transgênica e seus derivados passem pelo Estado. Barreiras nas estradas exigirão que os motoristas apresentem certificado de que os alimentos transportados não são modificados geneticamente.

Medo do contágio
A decisão do PR decorre da autorização dada por Lula para a comercialização da safra 2002/3 de soja transgênica do RS. Os produtores paranaenses temem contaminação e a perda do diferencial de sua "safra limpa", que lhes garante melhores preços na venda para a Europa.

TIROTEIO

De Waldir Pires (BA), ministro-chefe da Controladoria Geral da União, sobre o caso ACM:
- É uma reincidência notória de crime e de falta de decoro parlamentar. O Conselho de Ética do Senado deveria pedir a cassação de seu mandato para que a democracia brasileira seja respeitada com uma atitude responsável de suas instituições mais representativas.

CONTRAPONTO

Risco de sedução

Marcelo Déda (PT), prefeito de Aracaju (SE), esteve na semana passada em Brasília para uma série de audiências com ministros da administração Lula.
Em sua cidade, Déda, que foi deputado federal por oito anos, é criticado pelos seus adversários por supostamente passar muito tempo na capital federal e relegar a Prefeitura de Aracaju a segundo plano.
Após circular por alguns gabinetes, o prefeito dirigiu-se ao Palácio do Planalto.
Estava na ante-sala de Lula, que se reunia com alguns ministros, quando o presidente abriu a porta. Ao dar de cara com Déda, Lula o convidou a entrar:
- Entre, Dedinha, e sente aqui ao meu lado.
Rindo, o prefeito recusou o convite:
- Não vou entrar, não, presidente. Se eu sentar entre os ministros, não vou querer me levantar nunca mais!


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