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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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Clarice Herzog critica delegado

LUÍS EBLAK
EDITOR DA FOLHA RIBEIRÃO

"Uma pessoa que tortura deve ter problemas mentais. Não pode ocupar um cargo desses." Assim reagiu Clarice Herzog sobre a manutenção do delegado Aparecido Laertes Calandra, o capitão Ubirajara, no comando do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil) de São Paulo.
Clarice é mulher do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do DOI/Codi -um dos órgãos federais de repressão durante o regime militar.
Seu caso foi um dos mais emblemáticos na luta contra o regime. Segundo Clarice, Calandra participou da prisão de Herzog. "Ele assinou o mandado [de prisão] como capitão Ubirajara. Se fez isso, deveria ter algo a esconder."
O delegado comandou interrogatórios no mesmo DOI/Codi e é acusado da prática de torturas por entidades de direitos humanos.
Clarice teve a aprovação de seu pedido de indenização por causa do assassinato de Herzog publicada anteontem no "Diário Oficial" do Estado. O pedido vai agora ser analisado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também anteontem defendeu a manutenção de Calandra no cargo.
A Folha procurou ontem o governador para falar sobre o assunto. Sua assessoria informou que ele estava em Brasília e não tinha como comentar o caso.


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