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Clarice Herzog critica delegado
LUÍS EBLAK
EDITOR DA FOLHA RIBEIRÃO
"Uma pessoa que tortura deve
ter problemas mentais. Não pode
ocupar um cargo desses." Assim
reagiu Clarice Herzog sobre a manutenção do delegado Aparecido
Laertes Calandra, o capitão Ubirajara, no comando do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil) de São Paulo.
Clarice é mulher do jornalista
Vladimir Herzog, morto em 1975
nas dependências do DOI/Codi
-um dos órgãos federais de repressão durante o regime militar.
Seu caso foi um dos mais emblemáticos na luta contra o regime.
Segundo Clarice, Calandra participou da prisão de Herzog. "Ele
assinou o mandado [de prisão]
como capitão Ubirajara. Se fez isso, deveria ter algo a esconder."
O delegado comandou interrogatórios no mesmo DOI/Codi e é
acusado da prática de torturas por
entidades de direitos humanos.
Clarice teve a aprovação de seu
pedido de indenização por causa
do assassinato de Herzog publicada anteontem no "Diário Oficial"
do Estado. O pedido vai agora ser
analisado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também
anteontem defendeu a manutenção de Calandra no cargo.
A Folha procurou ontem o governador para falar sobre o assunto. Sua assessoria informou que ele estava em Brasília e não tinha
como comentar o caso.
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