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NO AR
A hora de votar
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Em entrevista a correspondentes estrangeiros
transmitida pela CNN, Colin
Powell mandou o recado com
alvo claro:
- O que (Cuba) fez nas últimas semanas, prendendo pessoas por expressar um ponto de
vista diferente de Fidel Castro,
deveria revoltar a todos. Deveria revoltar cada líder deste hemisfério.
Já foi direto o bastante, para
Lula e colegas de México e Argentina. Mas o secretário achou
por bem ser ainda mais específico, depois:
- Fidel Castro mostrou claramente a natureza de seu regime
e eu espero que isso seja notado
pelas nações da região, bem como por aquelas que estão na
reunião da Comissão de Direitos Humanos em Genebra, na
hora de votar.
Era ontem a votação. Mas a
Costa Rica surgiu com um texto
novo pedindo a "libertação imediata" dos presos -e não só a
sugestão da visita de um representante da ONU, como proposto inicialmente.
A votação passou para hoje,
mas nem a pressão de Powell
nem o apoio de países como
França e Alemanha, ao novo
texto, deve mover o presidente
Lula -o amigo do carcereiro de
professores, escritores e outros
"conspiradores".
Depois de Eduardo Suplicy,
vários petistas, como Aloizio
Mercadante, passaram a desfilar pela cobertura, aparentando
censurar Cuba.
Mas nada de substantivo. Na
hora de votar, o país deve se abster diante dos três fuzilados da
semana e talvez, quem sabe, fazer um discurso se dizendo preocupado.
E nem se trata de enviar inspetores de armas. Lula consegue
dar razão, por inusitado que seja, a Powell e seu chefe George
W. Bush.
A máquina de opinião pública
se move como nunca.
Foi Washington questionar
Cuba e a HBO americana suspendeu a exibição do documentário sobre Fidel, dirigido por
Oliver Stone -e produzido pela
própria HBO.
Nos canais americanos mal se
toca no assunto, mas a BBC se
estendeu sobre o sumiço de Saddam Hussein.
Ele desapareceu como Osama
bin Laden depois da invasão do
Afeganistão. Ninguém consegue
dizer se está vivo. O canal sugere
que ele está. E que continua no
Iraque.
A BBC detalhou até como teria sido a última aparição do ditador, no norte de Bagdá, perto
de uma mesquita: ele surgiu em
comitiva de três carros, subiu
num deles, discursou um pouco
-e chorou.
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