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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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NO AR

A hora de votar

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Em entrevista a correspondentes estrangeiros transmitida pela CNN, Colin Powell mandou o recado com alvo claro:
- O que (Cuba) fez nas últimas semanas, prendendo pessoas por expressar um ponto de vista diferente de Fidel Castro, deveria revoltar a todos. Deveria revoltar cada líder deste hemisfério.
Já foi direto o bastante, para Lula e colegas de México e Argentina. Mas o secretário achou por bem ser ainda mais específico, depois:
- Fidel Castro mostrou claramente a natureza de seu regime e eu espero que isso seja notado pelas nações da região, bem como por aquelas que estão na reunião da Comissão de Direitos Humanos em Genebra, na hora de votar.
Era ontem a votação. Mas a Costa Rica surgiu com um texto novo pedindo a "libertação imediata" dos presos -e não só a sugestão da visita de um representante da ONU, como proposto inicialmente.
A votação passou para hoje, mas nem a pressão de Powell nem o apoio de países como França e Alemanha, ao novo texto, deve mover o presidente Lula -o amigo do carcereiro de professores, escritores e outros "conspiradores".
Depois de Eduardo Suplicy, vários petistas, como Aloizio Mercadante, passaram a desfilar pela cobertura, aparentando censurar Cuba.
Mas nada de substantivo. Na hora de votar, o país deve se abster diante dos três fuzilados da semana e talvez, quem sabe, fazer um discurso se dizendo preocupado.
E nem se trata de enviar inspetores de armas. Lula consegue dar razão, por inusitado que seja, a Powell e seu chefe George W. Bush.
 
A máquina de opinião pública se move como nunca.
Foi Washington questionar Cuba e a HBO americana suspendeu a exibição do documentário sobre Fidel, dirigido por Oliver Stone -e produzido pela própria HBO.
 
Nos canais americanos mal se toca no assunto, mas a BBC se estendeu sobre o sumiço de Saddam Hussein.
Ele desapareceu como Osama bin Laden depois da invasão do Afeganistão. Ninguém consegue dizer se está vivo. O canal sugere que ele está. E que continua no Iraque.
A BBC detalhou até como teria sido a última aparição do ditador, no norte de Bagdá, perto de uma mesquita: ele surgiu em comitiva de três carros, subiu num deles, discursou um pouco -e chorou.


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